PESQUISE EM NOSSOS POSTS

IGREJAS EMERGENTES 2 - O DESAFIO DA RELEVÂNCIA


Esse artigo é sobre a mensagem que Jeff Heidkamp, pastor da Vineyard Mercy em Minneapolis (Minnesota), compartilhou na ultima conferencia de Igrejas Vineyard dos EUA, em celebração do seu 25º aniversário. Basicamente Jeff, disse o que é a igreja emergente e suas implicações para o futuro de um movimento como a Vineyard.
_________________________________________________


Há quatro práticas de Jesus que podem servir como bússola para as igrejas emergentes. Qualquer maneira como levarmos adiante a obra da Vineyard nas próximas décadas, se quisermos ser saudáveis e relevantes em meio a cultura que nos rodeia, teremos que trabalhar mais as práticas que a tradição escrita.

A primeira prática é a CONTEXTUALIZAÇÃO. Temos no nosso movimento o exemplo de John Wimber que, de uma forma profética, foi um contextualiza dor brilhante nos EUA no final do século XX. A contextualização no século XXI é constante. Nossa cultura atual é diversificada, complexa, inconstante, multi-ética e diversificada. Permanentemente temos de nos perguntar como podemos levar a mensagem de Jesus acerca do Reino, qual a melhor forma dela penetrar a geração atual com raízes para o futuro. Ao fazê-lo, tocamos a morte com a vida, a enfermidade com a cura, a opressão com a esperança, os endemoninhados com libertação. Esta é uma mensagem que por sua própria natureza já esta contextualizada, pois se dirige as situações de realidade. Porém, esta também é uma mensagem RELACIONAL que fala de amor às pessoas e a Deus. Nos apresenta a um Jesus, o Verbo Divino, que apesar de morar na Glória do Pai, deixou seu lugar para o conhecermos e revelar sua própria Glória. Sua palavra se faz mais real em nós à medida que amamos uns aos outros. Assim, a contextualização deixa de ser teórica porque Jesus não é uma teoria. A contextualização é relacional, pois busca comunicar a mensagem aos outros. A mensagem que pregamos é também uma mensagem de REDENÇÃO. Jesus não veio simplesmente para nos impor Deus. Ele veio para entrar em nossa vida, sofrer nossas dores, trazer-nos vida nova.

Por isso que meus amigos missionários vão ao Uzbequistão com um bebê de três meses, para sofrer e até morrer para levarem a mensagem àquele povo. Eles não estão fazendo nada de diferente que o Mestre já não tenha feito. Quando nos damos conta que encontramos certa resistência, que deixamos nossa zona de conforto para levar esta mensagem às pessoas, quando desejamos falar uma linguagem que eles entendam, estamos seguindo os passos de nosso Senhor. Ai sim, entendemos porque os três pilares para contextualização na igreja emergente são: ministrar a mensagem do reino de forma relacional, sem importar-se com as dificuldades que isso trás, simplesmente pelo amor ao próximo, justamente como Jesus fez por nós.

A segunda prática que devemos manter é o de orarmos por enfermos, orarmos por SINAIS E MARAVILHAS. Jesus Cristo e seus apóstolos demonstraram o reino de Deus por meio de cura às pessoas, expulsão de demônios e ressurreição dos mortos. A Vineyard nasceu como um movimento crendo nessas possibilidades. Porém, é uma das primeiras coisas que abandonamos, pois deixamos de pedir ao Espírito Santo que se manifeste. É este aspecto, que com mais facilidade, começamos a duvidar em nossas reuniões. Minha cunhada se converteu na Vineyard do Norte de Phoenix. Durante sua gravidez, um ultra-som revelou que seu bebê teria um defeito em um dos pés. Junto com outras complicações em sua gravidez, os médicos também informaram que o mais provável é que seu menino nasceria com uma deficiência muito grande. Minha esposa e eu, junto com muitos outros, oramos para que ocorresse uma cura milagrosa, mesmo em seu ventre. Esta semana nasceu Jaden Alexander, completamente são, sem nenhum problema visível em seus pezinhos. Sabem onde trabalha minha cunhada? Em centro para atender grávidas em crise. O que lhes parece uma cura sobrenatural como estratégia pró-vida?
A nossa geração é uma geração desesperada por manifestações do poder de Deus. Algumas vezes minha preocupação com os jovens, é que precisamos reverter o cinismo e a ironia, que frustra a fé no poder de Deus. Recordo a primeira vez que senti depressão aos cinco anos de idade. Com o passar dos anos lutei internamente com a depressão. Dei-me conta que o exercício físico era muito útil no tratamento, porém nos períodos de inverno teria de lutar contra a depressão. Quando começamos a pensar em plantar uma igreja, nos mantínhamos escutando “Minneapolis”. Dirigi-me ao Senhor e lhe disse que seria uma má idéia, porque os períodos de inverno lá são muito longos.

Depois de um culto de jovens, estava esgotado e queria somente ir para casa assistir um vídeo de “El Padrino”. Um de meus amigos me cercou e disse que queria orar por mim, algo que realmente eu não desejava, porém, deixei que o fizesse. Quando orou, o Senhor tirou uma nuvem escura de minha cabeça e me curou da depressão. Não sei que outra coisa pode ser mais relevante num mundo pós-moderno.

SERVIR AO POBRE é a terceira das práticas que necessitamos manter nas igrejas emergentes. Na Bíblia, Deus nunca deixa de preocupar-se com o pobre e o oprimido. Esta é uma prioridade crucial do reino que nunca devemos esquecer. Começando em Deuteronômio 15. 10-11 onde instrui o povo de Israel a ser generoso com os pobres e necessitados da terra, passando pela proclamação de Jesus de anunciar as Boas Novas aos pobres (Lucas 4.18), até a recomendação de Paulo e Barnabé que nunca se esquecessem dos pobres (Gálatas 2.10) ouvimos a mesma mensagem uma e outra vez. Não temos sido chamados a resolver por completo o problema mundial de pobreza. Não podemos fazer mais o que estamos realmente capacitados a fazer. Tão pouco, podemos alcançar a todos os pobres, nem salvar a todos os pecadores, nem curar a todos os enfermos. Porém com a vida no reino, nunca devemos deixar de crer e tentar. Devemos nos preocupar com os pobres, buscar a justiça social, apoiar os projetos sociais, cuidar do meio ambiente, cooperar com a recuperação de Nova Orleans. Não faremos tudo, porém, podemos sim, cada um estar fazendo algo. Igualmente, devemos desejar experimentar o poder de Deus em nosso serviço ao pobre, não fazer somente de modo profissional. Temos um poder que vem de Deus que aqueles que servem aos pobres secularmente não possuem.
Vamos ver o que isso significa neste e-mail que recebi de uma jovem de minha igreja: Tem dois anos que trabalho numa casa para crianças com problemas emocionais e desvios de comportamento, entre dez e dezoito anos... Ali conheci uma menina que tem estado em casas de recuperação desde os cinco anos de idade. Tem muitos problemas físicos e seus desajustes mentais são devido a sua mão ser usuárias de drogas durante a gravidez. Um dia, em casa, seu irmão mais velho abusou sexualmente dela, por isso foi tirada de seu ambiente familiar e colocada numa casa de recuperação. As coisas não funcionaram ali e ela foi levada a outra casa. Aos catorze anos de idade, ela tinha muitas brigas e desentendimentos constantes com outras meninas e meninos do local. Porém, pouco a pouco desenvolveu uma relação muito próxima de Deus. Falava com o Senhor todo tempo e dizia que Ele também lhe falava. Às vezes quando se aborrece em alguma reunião, me pede para darmos uma caminhada e que oremos juntas. Orarmos para que Deus a acompanhe e proteja, então ela se acalma. Um dia ela me disse que Deus havia lhe dito que Satanás estava tentando arruinar a sua vida, porém, que Ele era mais forte e a protegeria.

A outra coisa que precisamos manter sempre viva é o EVANGELISMO. Levando-o adiante de todas as maneiras, atentos as pessoas que estão a nossa volta, se é gente buscando Jesus ou gente chegando-se a Ele só para observar. Em qualquer um desses casos, em todo Novo Testamento, sempre encontramos o Jesus da igreja primitiva convidando as pessoas à salvação. Expressões como “siga-me”, “Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio”, “Livre-se dessa geração corrupta”, “Voltem-se a Deus”, são comuns.

Não devemos nunca parar de compartilhar as boas novas de Cristo com aqueles que não são salvos. Isso é o que tenho tentado fazer nos últimos 11 anos, pregando, iniciando ministérios, dirigindo cursos ALPHA, conhecendo os vizinhos, plantando uma igreja. Nunca vimos multidões virem a Cristo, mas sim, um pouquinho aqui, outro acolá, época em que mais pessoas se convertem.

Às vezes me sinto desanimado e tentado a não evangelizar mais, nessas horas me lembro de histórias de algumas conversões como de minha amiga Tony em uma igreja de Lafayette:
No começo minha família não participava de nenhuma igreja. Meu irmão e eu íamos de bicicleta a uma igreja para conhecermos mais acerca de Deus. No começo do segundo semestre minha família começou a freqüentar uma igreja evangélica. Meu irmão e minha outra irmã decidiram batizar-se ali, porém, eu sabia que não poderia fazer isso, porque doutrinariamente não me encaixava ali. Terminando o segundo semestre visitei muitas igrejas, porém, não entendia porque não me conectava com o que elas ensinavam. Estudei numa escola particular, católica, e cheguei a conclusão que a Bíblia não era mais que uma história antiquadra que não tinha relevância alguma para minha vida. Ao longo de minha vida orei para meus ancestrais mortos, mas nunca a Deus. Nunca me senti completamente cheia, sempre pensei que faltava algo em minha vida. Para compensar este vazio bebia muito e meus relacionamentos com outras pessoas não eram autênticos. Isto me deixou com a sensação de que não me conhecia realmente, mas também não sabia como fazer para realmente me conhecer. Constantemente me perguntava se Deus era real ou não. Cada vez que essa pergunta surgia, só buscava as repostas quando me sentia incomodada e quando a crise terminava continuava não crendo em Deus. Até que este ano foi diferente, decidi buscar a resposta a minha pergunta sobre Deus. Comecei a freqüentar uma igreja da Vineyard e, no começo tive os mesmos sentimentos de antes. Muitas pessoas com as mãos levantadas durante o tempo de adoração e eu me sentia muito incomodada. Porém, comecei a sentir algo diferente. Voltei uma outra vez e considerei a possibilidade de que estava a ponto de descobrir algo completamente novo. Umas semanas depois de minha primeira visita, fui à frente da igreja e pedi oração durante um tempo de ministração. Muito constrangida, me dirigi a uma das mulheres da equipe de oração e, de repente comecei a chorar. Foi nesse momento que senti a presença de Deus pela primeira vez em minha vida. Sua presença estava ali e comecei a crer. Naquele domingo passei horas pensando em Deus e falando com Ele, era como se estivesse falando pela primeira vez com alguém que queria conhecer a muito tempo. Ele estava ali comigo, eu escutava e sentia sua presença. Fui batizada pouco tempo depois, proclamando publicamente minha decisão de seguir Jesus pelo resto da minha vida.

Há razões para termos esperança. Devemos plantar mais e mais igrejas para que possamos alcançar pessoas como Tony.

A igreja emergente, qualquer que seja sua forma, sempre será mesclada de diferentes coisas. A cultura com que estamos dialogando é difícil, plural, globalizada e complexa. Os desafios que estamos enfrentando apesar de grandes, mudam e evoluem constantemente. Porém, temos uma grande esperança, não em nossa inteligência, em nossas estratégias, mas em Deus que sara os feridos, que ama o pobre e o necessitado, que chama as pessoas para Si, e que expressa seu amor a todos, em todos os lugares, em todo tempo!
________________________________________________________________________
Jeff Heidkamp pastoreia junto com sua esposa Le Que, a Vineyard Mercy em Minneapolis (Minnesota). Esta igreja começou quando uma equipe de onze pessoas se mudaram da Vineyard de Champaign a Minnesota em 2004 com este propósito. Em fevereiro de 2005 oficializaram a plantação como igreja. A meta é de estabelecer uma igreja multi-ética que plante outras igrejas nas áreas metropolitanas de Minneapolis.

___________________________________________________
Tradução: Milton Paulo da Silva. Pastor sênior da Vineyard Café. Mogi das Cruzes - SP
Revisão: Jéssica Carolina Flores Diaz. Membro da Vineyard Café. Mogi das Cruzes – SP.

0 comentários:

Related Posts with Thumbnails
 
©2009 Vineyard Café | Mogi das Cruzes - SP | by TNB