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DÓ OU COMPAIXÃO?


Ajuda ao próximo faz parte do meu DNA enquanto cidadão dos céus, inserido numa comunidade da Vineyard. Temos isso como algo prioritário em nossas agendas e, muito do que fazemos como Igreja tem a ver com isso.

Porém, foi só recentemente, trabalhando com um bairro carente de nossa cidade que eu percebi a grande diferença entre ter compaixão e ter .

Ter dó sugere distância, e até uma certa condescendência. Com freqüência, eu atuo por dó. Dou algum dinheiro de esmola a algum pedinte numa avenida, ou num farol de transito, mas não olho para ele - olhos nos olhos; não me sento ao seu lado nem falo com ele. Estou sempre “ocupado” para prestar realmente atenção à pessoa que me estende a mão. Nesse sentido, o meu dinheiro substitui a minha atenção pessoal e representa uma desculpa para continuar o meu caminho de consciência tranqüila e senso de “dever cumprido”.

Ter compaixão significa aproximar-se de quem sofre. Mas só podemos nos aproximar de uma outra pessoa quando estamos dispostos a nos tornar vulneráveis. Uma pessoa compassiva diz: "Eu sou seu irmão; eu sou humano, frágil e mortal; precisamente como você. Não me escandalizo com as suas lágrimas nem tenho medo da sua dor. Também eu já chorei". Só podemos estar com o outro quando o outro deixa de ser "outro" para se tornar como nós.

Esta talvez seja a principal razão porque, por vezes, achamos mais fácil ter dó que compaixão. A pessoa que sofre apela para que nós nos tornemos conscientes do nosso próprio sofrimento. Como posso reagir à solidão de alguém se eu não estiver em contato com a minha própria experiência de solidão? Como posso estar perto de pessoas deficientes se recuso reconhecer as minhas próprias deficiências? Como posso estar com os pobres se não estou disposto a confessar a minha própria pobreza?

Como bem ensinou Henri Nouwen: “Quando reflito sobre a minha própria vida, compreendo que os momentos de maior conforto e consolação foram os momentos em que alguém disse: ‘Eu não posso tirar de você o sofrimento, não posso oferecer uma solução ao seu problema, mas posso prometer que não deixarei você sozinho e estarei ao seu lado tanto tempo e tão bem quanto me for possível’. Há muita angústia e sofrimento na nossa vida, mas que bênção quando não temos que viver a nossa angústia e sofrimento sozinhos!”.

Pare de ter dó dos outros e compadeça-se!

No amor do Pai,

milton paulo

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