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A DISCIPLINA DA ORAÇÃO


Uma das tragédias da nossa vida é continuarmos a esquecer-nos de quem somos e a perder muito tempo e energias a demonstrar o que não precisa ser demonstrado. Somos filhos e filhas amados de Deus, não porque tenhamos demonstrado ser merecedores do amor de Deus, mas porque Deus nos escolheu livremente. Mas é muito difícel manter o contado com a nossa autêntica identidade, porque os que querem o nosso dinheiro, o nosso tempo e a nossa energia aproveitam mais da nossa insegurança e receios que da nossa liderdade interior.

Por isso, precisamos de disciplina para continuar a viver de verdade, e para não sucumbir às incontáveis seduções da nossa sociedade. Onde quer que estejamos, há vozes a dizer-nos: "vá para cá, vá para lá, compre isto, compre aquilo, faça o conhecimento deste, faça o conhecimento daquele, não perca isto, não perca aquilo", e assim por diante. Estas são vozes que continuam a desviar-nos da voz calma e suave que fala no centro do nosso ser: "Tu és o meu filho amado, és o meu enlevo".

A oração é o exercício para escutar essa voz de amor. Jesus passou muitas noites em oração escutando a voz que lhe falara no rio Jordão. Também nós devemos orar. Sem oração, tornamo-nos surdos à voz do amor e ficamos confundidos com as muitas vozes competitivas que exigem a nossa atenção. E como isto é difícil! Quando nos sentamos durante meia hora - sem falar com ninguém, sem ouvir música, sem ver televisão ou sem fazer nenhuma leitura - e procuramos permanecer quietos, vemos-nos tantas vezes tão abafados pelos nossos barulhos interiores que mal podemos esperar por nos ocupar e distrair de novo. A nossa vida interior, com freqüência, se parece com uma bananeira com macacos aos saltos! Mas, quando decidimos não fugir e manter-nos em silêncio, esses macacos eventualmente vão-se embora por não lhes darmos atenção, e a voz suave e calma que nos chama "amados" pouco a pouco faz-se ouvir de novo. A maior parte das orações, Jesus as fez de noite. "Noite" significa mais do que a simples ausência de sol. Significa também a ausência de sensações de comprazimento ou de iluminações interiores. Eis porque é tão difícil sermos fiéis. Mas Deus é maior que o nosso coração e que a nossa mente e continua a chamar-nos "amados"... para além de quaisquer sentimentalismos.

HENRI NOUWEN

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