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SOB A CRUZ


É muito difícil continuar a olhar para a vida do alto, do ponto de vista de Deus. Recentemente, o meu amigo Jonas me telefonou. Com uma voz apagada, disse-me que a sua filha, Rebeca, tinha morrido quatro horas depois do nascimento. Jonas, a sua mulher Margareth e o seu filhinho Samuel tinham esperado com tanta ansiedade por esta nova criatura. Ela nascera prematuramente, mas ainda com possibilidade de vida. Todavia, depressa se chegou à conclusão que não viveria muito. Jonas batizou a pequena Rebeca. Ele e Margareth seguraram-na uns momentos e depois... tudo tinha terminado.
Jonas disse: "Enquanto deixava o hospital, não cessei de dizer a Deus: 'Meu Deus, tu me deste a Rebeca; agora eu a dou a ti de volta'. Mas é uma dor tão grande, é um corte tão doloroso de um futuro brilhante, uma sensação de vazio!".
"Rebeca é tua filha", disse-lhe, "e continuará sendo sempre sua filha; e de Margareth. Foi dada a vocês só por algumas horas, mas essas poucas horas não foram em vão. Tenham a certeza de que Samuel tem uma irmã e que você e Margareth têm uma filha vivendo no abraço eterno de Deus. Ela foi assinalada com o sinal de cruz de Jesus com o qual Samuel, Margareth e você também foram assinalados, e sob esse sinal o seu amor crescerá mais profundamente, mesmo que o vosso coração esteja desfeito".
Falamos durante bastante tempo ao telefone. Como gostaria que nos tivéssemos abraçado e chorado juntos! Como gostaria que tivéssemos estado lado a lado e encontrado alguma consolação na amizade que temos um ao outro!
Por que é que isto acontece? Para que a glória de Deus se possa revelar? É muito difícil dizer "sim" nestes casos em que tudo parece tão escuro.
Eu olho para Maria segurando o corpo morto de Jesus. E penso em Margareth e Jonas segurando a sua pequena Rebeca nos braços. E oro.

Henri Nouwen

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