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KÁREN


Na minha sexta série conheci uma Karen. Linda! Irmã do Willian, que pela irmã linda que tinha e um quadro do Jô Soares no “Planeta dos homens”, sempre ouvia: “Vai pra casa Padilha!”.

Porém, esta é a história de uma outra Karen, vivida por um outro pastor... O pastor Ken Blue. Ele conta que Karen era uma jovem mãe solteira que freqüentou sua igreja por pouco tempo, e acabou se tornando uma ilustração impressionante de como algumas pessoas são preparadas para se submeter a pessoas autoritárias. Em suas palavras:

“Karen nos procurou com um monte de necessidades emocionais e financeiras. Nós a atendemos colocando-a em um grupo caseiro que lhe deu bastante apoio, pagamos a maior parte das suas dívidas mais urgentes e consertamos seu carro. Embora ela se mostrasse agradecida, ficou evidente que gentileza era algo estranho para ela; nosso amor e aceitação a deixavam meio constrangida. Minha pregação, que geralmente enfatiza o fato de Cristo nos aceitar pela graça, também era um problema para Karen. Ela disse ao líder do seu grupo de estudos nos lares que meus sermões eram “desequilibrados” e não representavam o “pleno conselho de Deus”.

No domingo seguinte, após o culto, ela me parou à porta e, tremendo de raiva, exigiu que eu lhe dissesse por que eu “tratava o pecado com tanta brandura”. Ela queria saber quando eu iria finalmente pregar sobre “santidade, compromisso e morte para o eu”. Eu respondi com alguma coisa como: “Bem, eu acho que não dá para dizer tudo em um sermão...” Diante disso, ela se virou e saiu, não voltou mais.
Na época em que isso aconteceu, ela estava recebendo aconselhamento de um amigo meu. Após pedir (e receber) sua permissão, para me informar sobre o passado dela, ele me contou sua história.

Karen cresceu no que nós chamaríamos de um lar disfuncional e abusivo. Seu pai era um alcoólatra e sua mãe uma perfeccionista tirânica. A mãe de Karen fazia-lhe exigências que não eram cabíveis e então a castigava por não tê-las satisfeito. Ela queria que Karen tivesse “valores religiosos”, por isso mandou-a para uma igreja da localidade que era famosa por seu ensino moralista. Foi nessa igreja que Karen aprendeu alguma coisa que a predispôs ao abuso espiritual no futuro. Seu pastor e seus professores de escola dominical a convenceram de que se ela se esforçasse o máximo para cultivar as “virtudes cristãs”, Deus a abençoaria. Karen, desesperada pela aceitação de Deus e pela aprovação da igreja, realmente passou a dar tudo de si. Seu desempenho era particularmente excepcional na escola dominical e, na lista de sua classe, seu nome ostentava muitas estrelas.

Apesar de seus esforços honestos e escrupulosos, a vida de Karen não melhorou; pelo contrário, só piorava. O alcoolismo de seu pai foi se tornando ainda mais intolerável e a dureza de sua mãe se deteriorou em crueldade sádica. Era óbvio que o desempenho religioso de Karen não produzira a benção prometida. Ao invés de concluir que havia algo errado com a fórmula “OBRAS =BENÇÃOS”, ou que seus líderes religiosos estavam errados, Karen concluiu que o erro era dela – ela ainda não tinha feito o suficiente. Ao invés de desistir, ela fez um voto de fazer ainda mais e tentar com mais empenho ainda. De algum modo, ela se agarrou à falsa esperança de que se ela fosse boa o suficiente, Deus um dia iria sorrir para ela.

Se lhe tivessem ensinado o evangelho da graça gratuita de Deus e que ela era aceita por Deus simplesmente porque Jesus a tornara aceitável, Karen poderia ter sido poupada de um bocado de dor e teria conseguido escapar das garras do abuso espiritual, mais tarde.

Depois de uma breve estada conosco, Karen começou a freqüentar uma igreja de nossa área que era conhecida pelo seu legalismo e estilo autoritário de liderança. A essa altura, Karen se sentia forte o suficiente para tentar mais uma vez viver a vida santa que, segundo ela pensava, finalmente faria com que ela estivesse bem diante de Deus. A lista de “faça isso, não faça aquilo” da igreja e a tendência desta para controlar sua vida deram a ela um caminho a seguir”.


Infelizmente esta história é real . E talvez você também conheça “uma meia dúzia” de Karen a sua volta...

MILTON PAULO

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