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SEJA BEM VINDO!!


VISITANTES, FREQUENTADORES, MEMBROS & USUÁRIOS


Uma coisa que me incomoda muito é o tal “rol de membros”! A experiência formal de ter seu nome incluído no cadastro da igreja. Algo que não temos aqui na Vineyard Mogi e, se depender sé de mim, nunca teremos!

Por isso, quando olho domingo após domingo para as pessoas que Celebram a Deus comigo, vejo quatro tipos de pessoas:

VISITANTES

Aqueles que estão lá porque atendeu a um convite. Algumas pessoas que buscam sinceramente um encontro com Deus, buscam uma experiência espiritual, buscam se aproximar com sinceridade, buscam relacionamento; buscam aprofundar a conversa sobre o que ouviu de Deus...

Alguns visitam por insatisfação com sua igreja local. E colocam isso diante de Deus com sinceridade. Visando até a possibilidade de uma mudança.

Estes, hoje estão. Amanhã podem não estar! Mas, em estando hoje, são muito bem vindos e abraçados por nossa comunidade. Recebem todo nosso afeto.

FREQUENTADORES

Os que já visitaram tanto que deixaram de ser visitantes! Participam tão ativamente que sentem-se em casa! Não estão com o nome no “rol de membros”, mas participam. Servem e são servidos. Contribuem financeiramente. Doam-se. Dão de si e dão do seu!

MEMBROS

Os que (NÃO) estão com o nome arrolados no cadastro da igreja. Porque como disse, não temos isso! Mas chamam esse lugar de seu! Identificam-se.
Fazem algumas cobranças, dão palpites, participam das decisões...

E por estranho que possa parecer; alguns desses membros se parecem mais visitantes. Porque são de fato EXITANTES com relação ao seu compromisso com Deus, com a igreja local, com as pessoas da comunidade...

Alguns desses, sequer são freqüentadores! Encontramos freqüentadores mais comprometidos que alguns membros. Visitantes mais sinceros que alguns membros...

E isso já explicaria o meu conflito com o “Rol de membros”, e a inesistência dele aqui na Vinha Mogi!

Mas existe uma quarta categoria, que carinhosamente tenho chamado de:

USUÁRIOS

São os interesseiros. Os descomprometidos. Aqueles que não querem assumir vínculos. Não querem vínculo com nenhuma comunidade. Pessoas parecidas com o beija-flor. Vão onde está o açúcar. Onde lhe interessa momentaneamente ficam...

Pessoas que quando lhes convém, pedem meus conselhos! Pedem minha opinião e naquilo que lhes interessa: acatam! Passam por aqui e ouvem nossa adoração.

Enfim... aqueles que querem o “melhor” de todos os mundos e não querem compromisso com nenhum deles!

IMPOSSÍVEL! Vida cristã não é isso.


Isso porque a vida comunitária é muito séria aos olhos de Deus. Aliás, é uma ordem de Deus que vivamos em comunhão, em comunidade, em igreja!

A salvação é pessoal, mas não é individual. Não existe salvo S.A.

E, em compartilhar estas coisas com você, não quero dizer quem é membro da igreja e quem não é.

A única pessoa capaz de avaliar a própria vida e a maneira que o relacionamento se dá com a Igreja é você mesmo!

Então, você é membro da sua igreja local, ou é só usuário?

SEJA BEM VINDO!


IGREJAS EMERGENTES 2 - O DESAFIO DA RELEVÂNCIA


Esse artigo é sobre a mensagem que Jeff Heidkamp, pastor da Vineyard Mercy em Minneapolis (Minnesota), compartilhou na ultima conferencia de Igrejas Vineyard dos EUA, em celebração do seu 25º aniversário. Basicamente Jeff, disse o que é a igreja emergente e suas implicações para o futuro de um movimento como a Vineyard.
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Há quatro práticas de Jesus que podem servir como bússola para as igrejas emergentes. Qualquer maneira como levarmos adiante a obra da Vineyard nas próximas décadas, se quisermos ser saudáveis e relevantes em meio a cultura que nos rodeia, teremos que trabalhar mais as práticas que a tradição escrita.

A primeira prática é a CONTEXTUALIZAÇÃO. Temos no nosso movimento o exemplo de John Wimber que, de uma forma profética, foi um contextualiza dor brilhante nos EUA no final do século XX. A contextualização no século XXI é constante. Nossa cultura atual é diversificada, complexa, inconstante, multi-ética e diversificada. Permanentemente temos de nos perguntar como podemos levar a mensagem de Jesus acerca do Reino, qual a melhor forma dela penetrar a geração atual com raízes para o futuro. Ao fazê-lo, tocamos a morte com a vida, a enfermidade com a cura, a opressão com a esperança, os endemoninhados com libertação. Esta é uma mensagem que por sua própria natureza já esta contextualizada, pois se dirige as situações de realidade. Porém, esta também é uma mensagem RELACIONAL que fala de amor às pessoas e a Deus. Nos apresenta a um Jesus, o Verbo Divino, que apesar de morar na Glória do Pai, deixou seu lugar para o conhecermos e revelar sua própria Glória. Sua palavra se faz mais real em nós à medida que amamos uns aos outros. Assim, a contextualização deixa de ser teórica porque Jesus não é uma teoria. A contextualização é relacional, pois busca comunicar a mensagem aos outros. A mensagem que pregamos é também uma mensagem de REDENÇÃO. Jesus não veio simplesmente para nos impor Deus. Ele veio para entrar em nossa vida, sofrer nossas dores, trazer-nos vida nova.

Por isso que meus amigos missionários vão ao Uzbequistão com um bebê de três meses, para sofrer e até morrer para levarem a mensagem àquele povo. Eles não estão fazendo nada de diferente que o Mestre já não tenha feito. Quando nos damos conta que encontramos certa resistência, que deixamos nossa zona de conforto para levar esta mensagem às pessoas, quando desejamos falar uma linguagem que eles entendam, estamos seguindo os passos de nosso Senhor. Ai sim, entendemos porque os três pilares para contextualização na igreja emergente são: ministrar a mensagem do reino de forma relacional, sem importar-se com as dificuldades que isso trás, simplesmente pelo amor ao próximo, justamente como Jesus fez por nós.

A segunda prática que devemos manter é o de orarmos por enfermos, orarmos por SINAIS E MARAVILHAS. Jesus Cristo e seus apóstolos demonstraram o reino de Deus por meio de cura às pessoas, expulsão de demônios e ressurreição dos mortos. A Vineyard nasceu como um movimento crendo nessas possibilidades. Porém, é uma das primeiras coisas que abandonamos, pois deixamos de pedir ao Espírito Santo que se manifeste. É este aspecto, que com mais facilidade, começamos a duvidar em nossas reuniões. Minha cunhada se converteu na Vineyard do Norte de Phoenix. Durante sua gravidez, um ultra-som revelou que seu bebê teria um defeito em um dos pés. Junto com outras complicações em sua gravidez, os médicos também informaram que o mais provável é que seu menino nasceria com uma deficiência muito grande. Minha esposa e eu, junto com muitos outros, oramos para que ocorresse uma cura milagrosa, mesmo em seu ventre. Esta semana nasceu Jaden Alexander, completamente são, sem nenhum problema visível em seus pezinhos. Sabem onde trabalha minha cunhada? Em centro para atender grávidas em crise. O que lhes parece uma cura sobrenatural como estratégia pró-vida?
A nossa geração é uma geração desesperada por manifestações do poder de Deus. Algumas vezes minha preocupação com os jovens, é que precisamos reverter o cinismo e a ironia, que frustra a fé no poder de Deus. Recordo a primeira vez que senti depressão aos cinco anos de idade. Com o passar dos anos lutei internamente com a depressão. Dei-me conta que o exercício físico era muito útil no tratamento, porém nos períodos de inverno teria de lutar contra a depressão. Quando começamos a pensar em plantar uma igreja, nos mantínhamos escutando “Minneapolis”. Dirigi-me ao Senhor e lhe disse que seria uma má idéia, porque os períodos de inverno lá são muito longos.

Depois de um culto de jovens, estava esgotado e queria somente ir para casa assistir um vídeo de “El Padrino”. Um de meus amigos me cercou e disse que queria orar por mim, algo que realmente eu não desejava, porém, deixei que o fizesse. Quando orou, o Senhor tirou uma nuvem escura de minha cabeça e me curou da depressão. Não sei que outra coisa pode ser mais relevante num mundo pós-moderno.

SERVIR AO POBRE é a terceira das práticas que necessitamos manter nas igrejas emergentes. Na Bíblia, Deus nunca deixa de preocupar-se com o pobre e o oprimido. Esta é uma prioridade crucial do reino que nunca devemos esquecer. Começando em Deuteronômio 15. 10-11 onde instrui o povo de Israel a ser generoso com os pobres e necessitados da terra, passando pela proclamação de Jesus de anunciar as Boas Novas aos pobres (Lucas 4.18), até a recomendação de Paulo e Barnabé que nunca se esquecessem dos pobres (Gálatas 2.10) ouvimos a mesma mensagem uma e outra vez. Não temos sido chamados a resolver por completo o problema mundial de pobreza. Não podemos fazer mais o que estamos realmente capacitados a fazer. Tão pouco, podemos alcançar a todos os pobres, nem salvar a todos os pecadores, nem curar a todos os enfermos. Porém com a vida no reino, nunca devemos deixar de crer e tentar. Devemos nos preocupar com os pobres, buscar a justiça social, apoiar os projetos sociais, cuidar do meio ambiente, cooperar com a recuperação de Nova Orleans. Não faremos tudo, porém, podemos sim, cada um estar fazendo algo. Igualmente, devemos desejar experimentar o poder de Deus em nosso serviço ao pobre, não fazer somente de modo profissional. Temos um poder que vem de Deus que aqueles que servem aos pobres secularmente não possuem.
Vamos ver o que isso significa neste e-mail que recebi de uma jovem de minha igreja: Tem dois anos que trabalho numa casa para crianças com problemas emocionais e desvios de comportamento, entre dez e dezoito anos... Ali conheci uma menina que tem estado em casas de recuperação desde os cinco anos de idade. Tem muitos problemas físicos e seus desajustes mentais são devido a sua mão ser usuárias de drogas durante a gravidez. Um dia, em casa, seu irmão mais velho abusou sexualmente dela, por isso foi tirada de seu ambiente familiar e colocada numa casa de recuperação. As coisas não funcionaram ali e ela foi levada a outra casa. Aos catorze anos de idade, ela tinha muitas brigas e desentendimentos constantes com outras meninas e meninos do local. Porém, pouco a pouco desenvolveu uma relação muito próxima de Deus. Falava com o Senhor todo tempo e dizia que Ele também lhe falava. Às vezes quando se aborrece em alguma reunião, me pede para darmos uma caminhada e que oremos juntas. Orarmos para que Deus a acompanhe e proteja, então ela se acalma. Um dia ela me disse que Deus havia lhe dito que Satanás estava tentando arruinar a sua vida, porém, que Ele era mais forte e a protegeria.

A outra coisa que precisamos manter sempre viva é o EVANGELISMO. Levando-o adiante de todas as maneiras, atentos as pessoas que estão a nossa volta, se é gente buscando Jesus ou gente chegando-se a Ele só para observar. Em qualquer um desses casos, em todo Novo Testamento, sempre encontramos o Jesus da igreja primitiva convidando as pessoas à salvação. Expressões como “siga-me”, “Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio”, “Livre-se dessa geração corrupta”, “Voltem-se a Deus”, são comuns.

Não devemos nunca parar de compartilhar as boas novas de Cristo com aqueles que não são salvos. Isso é o que tenho tentado fazer nos últimos 11 anos, pregando, iniciando ministérios, dirigindo cursos ALPHA, conhecendo os vizinhos, plantando uma igreja. Nunca vimos multidões virem a Cristo, mas sim, um pouquinho aqui, outro acolá, época em que mais pessoas se convertem.

Às vezes me sinto desanimado e tentado a não evangelizar mais, nessas horas me lembro de histórias de algumas conversões como de minha amiga Tony em uma igreja de Lafayette:
No começo minha família não participava de nenhuma igreja. Meu irmão e eu íamos de bicicleta a uma igreja para conhecermos mais acerca de Deus. No começo do segundo semestre minha família começou a freqüentar uma igreja evangélica. Meu irmão e minha outra irmã decidiram batizar-se ali, porém, eu sabia que não poderia fazer isso, porque doutrinariamente não me encaixava ali. Terminando o segundo semestre visitei muitas igrejas, porém, não entendia porque não me conectava com o que elas ensinavam. Estudei numa escola particular, católica, e cheguei a conclusão que a Bíblia não era mais que uma história antiquadra que não tinha relevância alguma para minha vida. Ao longo de minha vida orei para meus ancestrais mortos, mas nunca a Deus. Nunca me senti completamente cheia, sempre pensei que faltava algo em minha vida. Para compensar este vazio bebia muito e meus relacionamentos com outras pessoas não eram autênticos. Isto me deixou com a sensação de que não me conhecia realmente, mas também não sabia como fazer para realmente me conhecer. Constantemente me perguntava se Deus era real ou não. Cada vez que essa pergunta surgia, só buscava as repostas quando me sentia incomodada e quando a crise terminava continuava não crendo em Deus. Até que este ano foi diferente, decidi buscar a resposta a minha pergunta sobre Deus. Comecei a freqüentar uma igreja da Vineyard e, no começo tive os mesmos sentimentos de antes. Muitas pessoas com as mãos levantadas durante o tempo de adoração e eu me sentia muito incomodada. Porém, comecei a sentir algo diferente. Voltei uma outra vez e considerei a possibilidade de que estava a ponto de descobrir algo completamente novo. Umas semanas depois de minha primeira visita, fui à frente da igreja e pedi oração durante um tempo de ministração. Muito constrangida, me dirigi a uma das mulheres da equipe de oração e, de repente comecei a chorar. Foi nesse momento que senti a presença de Deus pela primeira vez em minha vida. Sua presença estava ali e comecei a crer. Naquele domingo passei horas pensando em Deus e falando com Ele, era como se estivesse falando pela primeira vez com alguém que queria conhecer a muito tempo. Ele estava ali comigo, eu escutava e sentia sua presença. Fui batizada pouco tempo depois, proclamando publicamente minha decisão de seguir Jesus pelo resto da minha vida.

Há razões para termos esperança. Devemos plantar mais e mais igrejas para que possamos alcançar pessoas como Tony.

A igreja emergente, qualquer que seja sua forma, sempre será mesclada de diferentes coisas. A cultura com que estamos dialogando é difícil, plural, globalizada e complexa. Os desafios que estamos enfrentando apesar de grandes, mudam e evoluem constantemente. Porém, temos uma grande esperança, não em nossa inteligência, em nossas estratégias, mas em Deus que sara os feridos, que ama o pobre e o necessitado, que chama as pessoas para Si, e que expressa seu amor a todos, em todos os lugares, em todo tempo!
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Jeff Heidkamp pastoreia junto com sua esposa Le Que, a Vineyard Mercy em Minneapolis (Minnesota). Esta igreja começou quando uma equipe de onze pessoas se mudaram da Vineyard de Champaign a Minnesota em 2004 com este propósito. Em fevereiro de 2005 oficializaram a plantação como igreja. A meta é de estabelecer uma igreja multi-ética que plante outras igrejas nas áreas metropolitanas de Minneapolis.

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Tradução: Milton Paulo da Silva. Pastor sênior da Vineyard Café. Mogi das Cruzes - SP
Revisão: Jéssica Carolina Flores Diaz. Membro da Vineyard Café. Mogi das Cruzes – SP.

IGREJA EMERGENTE


Esse artigo é sobre a mensagem que Jeff Heidkamp, pastor da Vineyard Mercy em Minneapolis (Minnesota), compartilhou na ultima conferencia de Igrejas Vineyard dos EUA, em celebração do seu 25º aniversário. Basicamente Jeff, disse o que é a igreja emergente e suas implicações para o futuro de um movimento como a Vineyard.

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Sempre me pedem para compartilhar algumas reflexões sobre a Igreja emergente
[1]. Minha definição do que é igreja emergente está baseada na nossa própria igreja, a Vineyard Mercy, situada em Minneapolis (Minnesota). Temos um pouco mais de 2 anos e congregamos com mais ou menos 165 adultos. A idade média ali é de 25 anos. Amamos nossa cidade, a cultura do século XXI e queremos ver Deus tocando nossa geração; Por isso defino igrejas emergentes como aquelas que alcançam gente jovem, estão envolvidas na cultura do século XXI e tem um glorioso futuro pela frente.
A frase "IGREJA EMERGENTE" tem certo significado que requer alguns esclarecimentos. Foi fundada há 10 anos pela Rede de Líderes Jovens (Young Leaders Nerwork), conhecida hoje como Aldeia Emergente (Emergent Village). Essa rede foi influenciada pelas obras de Brian Mclaren, Leonard Sweet, Todd Hunter[2], Doug Pagitt, e Doug Kimball. Também por pensadores como Dallas Willard e N.T. Wright. Um grupo paralelo é a corrente da Igreja Missional, que inclui a Marck Driscoll, Tim Keller e Ed Stetzer[3] e, a influencia de pensadores como Alan Roxburgh e Garrel Guder. Sua ênfase fundamental é o evangelismo, a plantação de igrejas e o impacto social.
Outro grupo paralelo a este é formado por líderes jovens de bagagem conservadora, como Mark Driscoll e o ministério Atos 29 (Hechos 29) CJ Mahaney e a Graça Soberana, Tim Keller e Prensa Redentora, John Piper e o ministério Desejando a Deus, assim como Mark Dever e o ministério das Nove Marcas. Sua influencia provém de pensadores reformados como J I Packer, Carson e Wayne Grudem.
Mas, para onde estão apontando estes grupos?
Basicamente, afirmam que existe um declínio da identidade denominacional e o surgimento de novas “escolas” de pensamento cristão que estão conectadas relacionalmente e não estruturalmente. Estes grupos me parecem bastante esclarecidos e creio que como movimento Vineyard podemos aprender um pouco com cada um deles, sem nos deixar levar por modismos e rótulos.
Um primeiro elemento que descreve a igreja emergente é que ela é ECLÉTICA. Algumas razões: a perda de força das denominações, a diversidade cultural e a “explosão informativa”. As igrejas emergentes aproveitam a grande variedade de tradições e idéias que foram acumuladas ao longo dos anos na história da igreja. Por isso podemos encontrar igrejas Vineyard com liturgia clássica, anglicanos carismáticos, batista roqueiros, ordens monásticas menonitas, mega-igrejas não denominacionais e conservadoras, pequenas denominações calvinistas da terceira idade, igrejas multi-etínicas, igrejas urbanas monoculturais, presbiterianos ecumênicos plantando igrejas pentecostais! A vantagem é que é possível tocar milhares de pessoas com uma variedade grande de formas e qualidades. A desvantagem é a perda de identidade. Apesar de tudo isso, nos EUA, a maioria das igrejas emergente é monocultural, ainda que tratando de rever esta tendência.
Um segundo aspecto que caracteriza as igrejas emergentes é que são PÓS-RELIGIÃO. Isto é algo que a Vineyard já sabia, antecipando como uma tendência. A palavra “religião” se transformou em uma péssima palavra para igrejas jovens. A maioria dos jovens se veste casualmente, saem em grupos, não têm instrumentos musicais tradicionais, mas sim bandas de músicas contemporâneas, quase nunca usam um linguajar religioso e falam geralmente em gírias e de maneira informal. Algumas igrejas emergentes ainda dão certo valor para liturgia, como maneira de terem uma experiência espiritual, porém, sem o mesmo valor dado pela tradição.
Outra coisa interessante nas igrejas emergentes é que são muito PRÁTICAS. Nesse sentido, seus pastores estão ajudando constantemente as pessoas a aplicarem o cristianismo no cotidiano. Para isso recorrem a pregação, aos grupos pequenos e grupos de estudo. A doutrina e o estudo bíblico não são tão predominantes ou considerados interessantes como nas igrejas tradicionais. Você observa isso através das publicações em que aparecem menos pensamentos teológicos e mais práticas. Isso é bom ou ruim? Creio que é justo dizer um pouco dos dois!
Por último, outra característica relevante é que as pessoas que participam nas igrejas emergentes vem na maioria das vezes, de OUTRAS EXPERIÊNCIAS CRISTÃS. Em geral, as igrejas emergentes atraem pessoas jovens que estão decepcionadas com igreja e perdendo sua fé. Há neste sentido algumas exceções extraordinárias como a Vineyard de Duluth em Minnesota e a Vineyard de Cplaraine na Irlanda do Norte, porém no geral o ministério envolve pessoas que já tiveram experiências em outras igrejas. Com estes aspectos em mente, vamos considerar algumas coisas:
Em primeiro lugar, vamos dar uma olhada nas águas culturais que a igreja emergente está nadando e em segundo lugar vamos observar as áreas mais importantes que a igreja emergente deve confrontar. Por um lado, podemos dizer que nossa cultura é relativista no que diz a respeito a religião e a ética e, culturalmente pluralista no sentido de uma crescente diversidade. A sociedade atual valoriza as diferentes etnias, nacionalidades, pessoas excepcionais, gays e lésbicas, heterossexuais, pobres e ricos, diferentes origens regionais, diferentes personalidades, características familiares, bagagem cultural e profissional, experiências de vida. Diante de tal variedade, o relativismo, pluralismo e diversidade, são a única maneira de conciliar tudo isso. Seja para o bem ou para o mal.
Em segundo lugar, é sabido da transformação tecnológica na cultura. Já se disse incontáveis vezes que a tecnologia mudou radicalmente a forma como as pessoas se relacionam, tanto positiva, quanto negativamente. Por exemplo, em nossa congregação temos mais visitantes pela web que por qualquer outro meio. Os membros da igreja enviam artigos e palestras a seus amigos não cristãos e conversam com eles. Usando os chats, e-mails, scraps, blogs, posso ter uma idéia mais acertada do que está ocorrendo no dia a dia das pessoas que congregam comigo.
Usando a lista de e-mail, eventos sociais e de evangelismo são organizados num abrir e fechar de olhos. É um espaço social completamente novo. Porém, também tem seus problemas. Em nossa igreja, entre os homens, o problema mais comum é a pornografia on-line. Da mesma forma que e-mails mal direcionados geram conflitos e mal entendidos. Através dos chats e e-mails, as fofocas e crises vem e vão mais rápido que os pedidos de oração. Tenho visto que há um acesso a jogos entre as moças que as levam a excluir-se e a não querer ter relações amorosas
Esta nova cultura é globalizada e, não estamos separados da China, Índia, Oriente Médio, Londres, Moscou, África ou América Latina. Estamos conectados tanto economicamente quanto politicamente. Isso nos abre os olhos para as injustiças globais, as crianças que são levadas ao suicídio na Índia, as clínicas de AIDS no Quênia, e as igrejas perseguidas no Paquistão. Pense nessa inversão de paradigma: da justiça para os pobres em meu bairro, a justiça para os pobres no México, América Latina e os cinturões de miséria das grandes cidades. Dali nós movemos a justiça para os pobres na Ásia e África. No antigo paradigma só nos preocupávamos com discipular pessoas que fizessem diferença em nossa cidade. No atual, pensamos que elas devem fazer diferença em qualquer lugar dos EUA aonde forem levados. E no futuro pensaremos num discipulado que os prepare para qualquer lugar no mundo.
As correntes desta cultura líquida se movem rapidamente, os costumes mudam de direção frequentemente, e às vezes querem passar por cima de nós. Como fazermos para continuar sendo relevantes?
(continua...)
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Jeff Heidkamp pastoreia junto com sua esposa Le Que, a Vineyard Mercy em Minneapolis (Minnesota). Esta igreja começou quando uma equipe de onze pessoas se mudaram da Vineyard de Champaign a Minnesota em 2004 com este propósito. Em fevereiro de 2005 oficializaram a plantação como igreja. A meta é de estabelecer uma igreja multi-ética que plante outras igrejas nas áreas metropolitanas de Minneapolis.

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Tradução: Milton Paulo da Silva. Pastor sênior da Vineyard Café. Mogi das Cruzes - SP
Revisão: Jéssica Carolina Flores Diaz. Membro da Vineyard Café. Mogi das Cruzes – SP

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[1] Este artigo é uma transcrição da mensagem que o autor pregou na Conferencia de Pastores da Associação das Igrejas Vineyard em Anaheim (Califórnia) em maio de 2007.
[2] Ele foi diretor Nacional das Igrejas Vineyard nos EUA após o falecimento de John Wimber e antes da direção de Bert Waggoner (nota do editor).
[3] Foi publicado uma entrevista com Ed Stetzer no AL FILO em 2006.

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