Estamos de saída!
As novas postagens acontecerão na <www.vineyardcafe.com.br/blog>. Migramos o blog para dentro do nosso site, com isso vamos concentrar conteúdo e informação.
Continue acompanhando nossos posts lá! O café continua sendo por nossa conta.
Um 2010 repleto de realizações para todos nós!
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SAIDEIRA
VOCE É IGREJA APESAR DA IGREJA - parte 3 de 3
IGREJA: Compromisso inabalável, porque teríamos razões de sobra para abandonarmos nosso compromisso com a igreja. Porem, nosso compromisso é inabalável, porque inabalável é o compromisso do cabeça da igreja conosco.
Penso que se nós temos razões de sobra para abandonarmos nosso compromisso com a igreja, o Senhor Jesus nem se fala! Porque a igreja é como a arca de Noé: não fosse a tempestade lá fora ninguém iria suportar o mau cheiro do lado de dentro. Ruim aqui, pior lá fora.
Se você acha que a comunidade cristã não é um bom lugar para você, tente lá fora. E na relação custo benefício, nós saímos ganhando vivendo em comunidade.
Comunidade cristã é o lugar prioritário para o desenvolvimento pessoal e a busca da maturidade integral: ser como Cristo. Precisamos de gente para nos tornarmos gente e precisamos de gente como Cristo para nos tornarmos parecidos com Cristo.
Mas, ao mesmo que a comunidade cristã é o ambiente por excelência para formação do carater cristão; é também o ambiente para maior risco de conflitos pessoais, interpessoais, emocionais e espirituais;
Só dentro da igreja, nos bastidores de uma comunidade, nós encontramos todos os recursos necessários para nosso crescimento cristão, também é dentro da igreja que nós encontramos os maiores obstáculos.
Se nós nos lembrarmos bem, os grandes conflitos que Jesus viveu não foi com os fariseus, com as autoridades romanas, com os pecadores, os grandes conflitos de Jesus foram no seu circulo mais fechado de convivência. A palavra que colocou a tensão em risco com maior força foi a palavra de Pedro. E foi um dos discípulos que o Senhor repreendeu com maior veemência.
Então, se teve um discípulo que o Senhor repreendeu com veemência, esse alguém não estava do lado de fora do seu circulo de relações e intimidade. Estava do lado de dentro, entre os três mais chegados. Pedro Tiago e João.
A palavra mais dura que Jesus dirigiu a alguém no novo testamento foi uma palavra dirigida a um dos seus mais chegados. E isso é impressionante e revela o potencial de conflito numa comunidade cristã; Esses conflitos seguem os arquétipos de Lúcifer, os desejos de ir alem dos limites estabelecidos pelo criador.
Isaias 14.12 – 14 - profecia ao rei da babilônia, aplicada a Lucifer... Expressão associada a queda de Lúcifer e ele se torna Satanás. Deus criou Lucifer e Lúcifer criou o diabo. E, essa ambição foi compartilhada ao ser humano. Essa foi a grande tentação de Genesis. A matriz de todos os conflitos. Um ego autônomo. Um eu que se basta.
Segundo Tiago, a guerra vem do egoísmo de voces. Isso está no coração da raça humana. E esse é o motivo de todos os conflitos inclusive nas comunidades cristãs. Por isso que quando Pedro é corrigido ele ouve: arreda-te satanás, porque esta palavra é satânica. Ou porque Pedro está pensando nele mesmo, ou porque está sugerindo um ato de egoísmo ao Senhor!
Alguns comentários sobre a alma humana. Alma humana conforme afetada por esse espírito luciférico e, conforme a descrição da Bíblia sagrada. Eu fiz uma lista de alguns conflitos. Conflitos que acontece dentro de relações que poderíamos classificar como de santidade e dentro de ambientes onde poderíamos imaginar que ali estaríamos seguros;
Mas, justamente nos ambientes que acreditávamos estar seguros, é justamente ai que as ameaças nos chegam e que os conflitos se tornam potenciais e possíveis:
ADÃO E EVA. O que este conflito revela? Dentre tantas possibilidades: NÓS NÃO CONSEGUIMOS PECAR SOZINHOS. Quando a gente peca, a primeira coisa que a gente faz é procurar um cúmplice, alguém que peque coma gente. Parece que isso alivia a culpa, o peso, o fardo.
Então a Eva come e quer que o marido coma também. E nós fazemos isso sempre. Nós pecamos e a admitir a nossa vergonha a gente procura um pecado na vida do outro e, se a gente não encontra a gente induz. Porque isso nos inocenta. “eu fiz, mas você fez também”. É isso que a Eva nos mostra.
E o Adão? Eu fiz. Mas foi por causa dela! É a transferência. Eu não assumo responsabilidades eu transfiro responsabilidades. Se a Eva diz para nós que “eu não consigo pecar sozinha” o Adão concorda: “se eu não tivesse essa mulher, isso não teria acontecido”. Então a gente sempre arruma uma explicação para nosso pecado.
Racionalização. Eu pequei... mas... Toda a vez que eu colocar um mais depois dessa frase “eu pequei”, eu perdi a razão. Para confessar pecado, simplesmente: “eu pequei” porque nada vai justificar você!
CAIM E ABEL: o CONFLITO DA PREDILEÇÃO. O Pai aceitou Abel e não Caim. Porque razões, a Bíblia não deixa claro. Alguns falam sobre o sacrifico de sangue, de animais, por isso o de Abel foi aceito. No sangue estava a remissão...
Mas o pobre do Caim não sabia disso. Levou o melhor dele.
Mas me parece que na relação dos três, alguma coisa aconteceu, entre eles. E Caim, tinha duas possibilidades: humilhar-se e seguir o exemplo de Abel, ou destrui-lo e ficar como único paradigma. Foi o que ele fez!
Me parece, que quando eu peco, e você não peca, a melhor coisa que eu tenho a fazer é destruir você porque isso me inocenta. Mais uma vez, vem o conceito lá de trás, a gente não consegue pecar sozinho. E se eu não consigo encontrar pecado em você eu dou um jeito. É um orgulho, eu rejeito a humilhação e o aprendizado. Daí eu destruo o bom exemplo e fico como o único exemplo possível.
ISMAEL E ISAQUE – NOVAMENTE O CONFLITO DA PREDILEÇÃO. O filho da promessa e isaque, não é Ismael. A mãe de Isaque enxerga no filho de Agar, Ismael um concorrente em potencial. A mãe de Isaque, olha pra mãe de Ismael e vê a ironia e o desdém. Os filhos podem ter inimizade por causa da inimizade das duas mães. E ela dá um jeito de apagar a mãe de Ismael e o próprio Ismael e, se estabelecer como único paradigma.
A guerra entre Ismael e Isaque é uma guerra também de legitimidade: “A promessa tá comigo!”.
Onde os dois ficam disputando quem tem direito “sobre”. E numa briga por direito a Bíblia tem mostrado pra gente que Deus ficar do lado de quem abrir mão do direito: “Bem aventurados os humildes de coração porque eles herdarão a terra”.
Se você quiser uma sugestão e um conselho: Toda vez que você se sentir usurpado no seu direito e você tiver de brigar por ele, você vai sair ganhando se abrir mão do direito.
Primeiro porque não vale a pena você ter na sua mão um direito conquistado no braço. Ainda que seja seu direito. Segundo porque quando a gente a tá brigando por causa do nosso direito é porque a gente tá brigando com usurpadores.
“quando voce briga com um porco você também fica sujo de lama, a diferença é que o porco gosta”.
Então, quando você está no seu direito, abra mão do seu direito e deixe Deus defender a sua causa.
JOSÉ E OS IRMÃOS. Por algumas razões a Bíblia, diz que Deus escolheu José e os irmãos não admitiram isso. Jacó abençoou José e os irmãos não admitiram isso. E os irmãos não buscavam ser iguais a José, eles não admitiam a existência de um José. Esses não são os que buscam o primeiro lugar. São os medíocres que buscam destruir os que buscam o primeiro lugar. Nem toda destruição de um padrão de execelencia é motivada porque o destruidor quer a excelencia, mas é porque é gente medíocre mesmo e quer ficar na zona de conforto. Os irmãos querem destruir um sonhador. Ele sonhou. Um cara movido por utopias. Eles não queriam o sonho de José pra eles, eles queriam que Deus tivesse dado sonho nenhum. Daí ficariam na zona de conforto.
MOISES MIRIAN E ARÃO. Briga motivada por uma observação da |Mirian: “só atrtaves de Moises? Vai funcionar comigo também”. Mas na o é assim. Essa autoridade e unção não se toma de assalto. Unção é inimitável. Autoridade é intransferível. Não dá pra chama a Fer aqui e colocar as mãos na cabeça dela, “irmãos, à partir de hoje...”. e Mirian e Arão achavam que dava.
CORÁ, DATÃ E ABIRÃO. Mesmo caso, que Mirian, com a diferença que Mirian, não queria tirar de Moises, queria ter também, os três não queriam tirar de Moises.
Foi uma insurreição, eles se levantam contra Moises. Mirian e Arão querem compartilhar. Ai Moisés, era um homem “manso”, abria mão do direito e disse pra Deus julgar. Se a terra abrir a boca e comer vocês não é comigo... Ele se submete ao julgamento de Deus.
DAVI E SAUL.
Saul é movido por reivindicação,
Davi é movido por dádiva,
Quando você precisa reivindicar alguma cosia, provavelmente porque essa coisa não é sua, Deus não ter deu, não vale a pena ficar com o que Deus não te deu.
Saul percebe isso e tenta matar o Davi de qualquer jeito, e quando Davi tem essa chance ele não mata, e quando o cara conta, morre, porque estava muito feliz com a morte. Não se dá uma noticia assim da morte de um rei. Morreu o ungido do Senhor. Tem de se respeitar. O que ele está dizendo: esse cara vai me sabotar também!
As recomendações de Davi no leito de morte... lembra da família daquele cara? Então eu prometi que não ia matar, vai lá agora e mata todo mundo. É gente ruim! Tudo da laia de Saul.
UMA MÃE E DOIS FILHOS: “dá com que um filho meu se assente a sua direita e outro a sua esquerda” ai já é um problema de mãe... Na igreja tem muita mãe também que cria caso. Ai é interessante que muita mãe e muito pai projeta no filho o sucesso que eles não tiveram. E querem que o filho seja o sucesso que eles não foram. Dispostos a qualquer coisa.
E quando você lê o evangelho de Mateus, os outros discípulos ficam bronqueados com os dois irmãos, mas eu não sei se os dois tiveram alguma coisa a ver com o pedido da mãe. O que os discípulos criticam nisso, eles também cometem. “o que vocês estão conversando?”. Estavam discutindo quem seria o primeiro. Na sociedade é na hierarquia, no Reino é no serviço.
CONCÍLIO DE JERUSALÉM. Um conflito ético, doutrinário, teológico. Os gentios chegando, os judeus querendo que eles passem pela Lei, os apóstolos querem a coisa de outra maneira... sem passar pelo judaísmo...
Nossas comunidades passam por ai, há preconceito, segregação, conflito ético, racial, teológico, e na igreja isso acontece também, o concilio reflete isso e pior que isso, nosso preconceito e segregação é justificado bíblico e teologicamente.
Tem um edito papal que diz que INDIO, NEGRO E MULHER NÃO TÊM ALMA.
Há uma manipulação de conceito espiritual pela supremacia da raça branca. Me parece que hoje, há essa manipulação do espiritual por uma supremacia econômica, isso acontece dentro da igreja
PAULO E BARNABÉ. Brigam por causa do João Marcos e a viagem missionária. “ouve entre eles não pequena desavença” – eufemismo... quebraram o maior pau! Paulo viaja e Barnabé volta pra casa com João Marcos.
Paulo movido pela tarefa e missão e Barnabé pela pessoa.
O mesmo acontece com a gente hoje! Se tivéssemos um colégio apostólico só de Barnabés, o evangelho não teria chegado até nós. E se tivéssemos só Paulos, o evangelho teria maltratado todo mundo no meio do caminho. Furou com ele, ele degola!
Paulo era movido pela tarefa, Barnabé pelas pessoas. E a igreja precisa dos dois.
A igreja precisa ser liderada por líderes! Lideradas por Paulos e pastoreadas por Barnabés. Precisamos fazer esse casamento.
PAULO E PEDRO. AI a briga é boa! Paulo confronta o Pedro publicamente, por sua hipocrisia. Acusa Pedro de ensinar “faça o que eu falo e não faça o que eu faço”. PORQUE Pedro sendo judeu vive como gentio, e obriga o gentio a viver como judeu. A briga dos judaizantes. Igreja em Gálatas...quando chega os outros judeus,
Mesma coisa: você tá ali sentado tomando seu chopinho, daí chega o pastor e você diz “não é meu não! Quem pediu?”
Ai o Paulo fala: você é um cara de pau! Qual é a sua. É um confronto de coeerência. Pedro estava se acovardando...
EVÓDIA E SINTIQUE. A bíblia não fala porque as duas brigavam. Mas sendo mulheres qualquer motivo, já...
Mais é interessante que Paulo simplesmente diga que elas viam em harmonia. Elas simplesmente estavam discordando.
Eu penso que na igreja, nós vivemos muitos conflitos de opiniões. Porque quando nós temos uma questão onde a Bíblia é clara, ok, ai quando você discorda do que eu estou falando você não está discordando de mim, está discordando da Bíblia.
Mas na igreja, as grandes discordâncias não são doutrinárias e teológicas, são discordâncias de opções, de opiniões, de gosto...
Quando é questão de opinião, vale a opinião do chefe. É bíblico. Se eu sou o pastor da igreja... se a gente não entrar em acordo é minha opinião.
Em casa, vale o opinião do pai ou do filho? É um principio de autoridade. Quem está no comando?
PAULO – IMINEU E ALEXANDRE. Complica de mais porque esses caras se meteram com pecado. Sacrificaram a consciência pura. Dentro da igreja não dá pra dar margem ao pecado. Quando não existe a disciplina impera a baderna. É o que é nosso País.
Paulo ai entrega o Alexandre pro diabo. Tira a mão da cabeça e entrega pro diabo. É tirar a mão da cabeça. É mais que tirar do rol de membros...
Eu entreguei pra satanás: expectativa que ele tome uma surra tão grande que aprenda.
O que é entregar a pessoa a satanás? É EXPOR A PESSOA AS PLENAS CONSEQUENCIAS DA VIDA QUE ELA ESCOLHEU VIVER.
Vai viver assim, ok? Então assuma o ônus. Experiência espiritual.
TIMOTEO E OS RESISTENTES. 2 TM 2.24-26
Mais que pecado. Cativeiro satânico. Amarrado pra fazer a vontade do diabo. Estão pensando que estão fazendo a vontade deles, mas estão fazendo a vontade do diabo.
JOÃO – DIÓTREFES. Já mandei várias cartas e o Diotrefes rasga todas! Ele ama o primeiro lugar!
“não sigam o que é mau, daí ele fala de Demétrios”.
Na igreja tem gente como Diótrefes e como Demétrios. Discipline o Diotrefes e siga o exemplo do Demétrio... Porém, é muito mais fácil se associar aos Diotrefes.
SUGESTÕES:
1. Considere as dimensões divina e humana da Igreja de Jesus Cristo;
a. E onde tem gente tem imperfeição, atrito e conflito. Igreja que recebe revelação divina e pensa com a própria cabeça. A gente vai conviver com essas duas dimensões. Somos o pó da Terra e temos o fôlego da vida soprado em nós. Mas ainda somos o pó da terra.
2. Considere os diferentes estágios da peregrinação espiritual das pessoas que constituem uma comunidade cristã;
a. Somos filhos de Deus, mas ainda não foi manifesto o que havemos de ser. Tem crente que é tudo quanto é jeito! Gente madura, gente recém convertida, gente com 20 anos de discipulado... cristão antigo. Esses processos precisam ser respeitados. Igreja viva é assim! Sempre gente chegando, a gente não vai ter tapetinho limpo... vai ter gente de todo jeito.
3. Considere o processo de construção de uma experiência comunitária;
a. “a gente aqui fala, mas não vive!”. Não é verdade isso! Algumas coisas: aprendi a não ser tão ingênuo na minha convivência com a igreja de Jesus. Aprendi tenho muitos irmãos que são verdadeiros irmãos, mas que vivem uma falsa vida cristã. Esta foi uma grande lição da minha vida. É possível ser um verdadeiro cristão e viver uma falsa vida cristã. Ser um joio parecidinho com o trigo. Ser crente carnal. É possível.
b. Falo com uma pessoa ela critica, falo com outra completamente diferente, ela elogia. É a mesma igreja? É a experiência de cada um!
igreja é assim!
Seja bem vindo.
BOA NOVA DE GRANDE ALEGRIA
Todo ser humano busca ser feliz, deseja prazer e realização com a vida. A grande realização da vida humana é ser gente na sua forma mais plena e completa. A infelicidade, de um lado, consiste na constatação de que falta algo essencial e básico para se viver. De outro lado, pelo discernimento inteligente de que existem excessos superficiais e ilusórios.
A infelicidade humana se manifesta na medida em que suprimimos o que lhe é próprio ou acrescentamos o que lhe é desnecessário. A realização humana consiste em viver para cumprir a vocação plena de ser gente. O ser humano é feliz quando cumpre o propósito para o qual foi criado.
Qual a nova de grande alegria?
Havia entre os judeus uma esperança, e mesmo que, percebida parcialmente, era uma esperança. Aguardavam um rei, politicamente identificado com o trono de Davi. Sonhavam com uma estabilidade política e econômica com a chegada do Messias. Esperavam que ele viesse para destruir a hegemonia e dominação dos romanos sobre o povo hebreu. Tinham expectativas baseadas nas relações de dominação e dependência. A diferença era apenas de inversão dos papéis de dominação. Mas, o paradigma era o mesmo. Não era, portanto dessas expectativas, desses acréscimos que os anjos estavam falando. Dominação não gera a grande alegria anunciada pelos anjos. Então, qual a nova de grande alegria?
Deus estava se manifestando na história como nunca. De várias maneiras havia tomado a iniciativa de se comunicar com os seres humanos. “Havendo Deus outrora falado de várias maneiras aos pais pelos profetas, nos últimos tempos nos falou pelo seu Filho a quem constituiu herdeiro de todas as coisas”. (Hebreus 1.1-4). Todas as outras comunicações foram parciais e limitadas. Entre os hebreus a manifestação de Deus acontece nas ambigüidades militares, na infiltração de um paganismo primitivo que confunde Deus com as divindades carentes de holocaustos, dependente de trocas de favores, uma religiosidade sem misericórdia com os portadores de deficiência física, com as mulheres, com o estrangeiro.
Na Manjedoura de Belém há uma presença suficiente – uma criança envolta em panos, nascida numa família de pouco prestígio social, pais sem uma conta bancária que se possa fazer referência relevante. Era somente, e suficientemente, a presença ambulante de Deus. Ele mesmo transitando entre os seres humanos, vivendo a possibilidade plena de nossa humanidade. Uma evidência real da imagem e semelhança de Deus expressava-se na pessoa de Jesus Cristo. Paulo afirma: “Ele é a expressão exata de seu SER” (grifo nosso – Paulo referia-se ao ser de Deus).
Os anjos trouxeram uma grande notícia: “... é que hoje vos nasceu,(...) salvador...(Lucas 2.11)
A humanidade de Deus é a grande boa-nova. A possibilidade da quebra do dualismo grego: divindade versus humanidade. Em Jesus se podia identificar a essência de ser gente – Deus estava nele, ele estava em Deus.
Era um combate a todas as formas de imperialismo: não era mais uma divindade a serviço dos caprichos de dominação militar na cultura de um povo. O Cristo da manjedoura houvera chegado para servir, salvar, sofrer e padecer. Na narrativa joanina era a notícia de que Deus habitou entre nós cheio de graça e de verdade e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai (João 1. 14).
Era a possibilidade de se observar alguém vivendo do jeito mais comum semelhante a maioria das crianças do mundo. Quando falamos que vivia em função da vida e acolhia as crianças desprezadas, incluía no seu ambiente as mulheres à margem da sociedade, estamos apenas enfatizando que este era o seu ambiente mais corriqueiro. Atendia com amor as demandas dos estrangeiros que lhe procuravam por socorro, os pecadores foram acolhidas, as mulheres incluídas no projeto. Um novo Ser – pleno pela sua singularidade, exclusividade, por se permitir ser possuído apenas de si mesmo e nada mais, e assim desfrutar a chance de, em apenas 33 anos e meio, viver a plenitude de sua humanidade. Toda espiritualidade precisa estar marcada pela expressão singular de cada ser em suas particularidades e desenvolvida pelo modelo do Jesus de Nazaré.
A alegria de uma nova comunidade – composta de mulheres, crianças, homens trabalhadores - José ou os pastores, também, alguns curiosos orientais – os magos do Oriente, o idoso Simeão, a anciã e profetiza Ana, que inspirados por vozes fora da rotina, se enchem de esperança, a despeito da dor e sofrimento que hão de vir.
As crianças são prioritárias na espiritualidade dessa nova comunidade. Elas trazem em si a alegria natural da vida. As mulheres possuem uma sensibilidade aguçada e anunciam, antes que qualquer macho, a gestação da vida. Elas percebem no silêncio da alma, que fora do útero, as crianças pobres estão mais próximas do calvário. Mas aprenderam também que a morte vem despertando a semente da ressurreição, geradora de outras sementes em vida.
A espiritualidade de Jesus esta marcada e ilustrada pela alegria e des-res-peito das crianças. De crianças de peito e do peito delas Deus suscita perfeito louvor. Os adultos, burocratizados pelos esquemas da religião não conseguem entender o perfeito louvor das crianças.
As mulheres sensíveis de gestação entendem a comunicação de uma criança ainda no ventre. Os mais pobres entre os pobres são mais sensíveis as precariedades e singeleza da vida. Uma espiritualidade, que procura imitar a espiritualidade de Jesus, passa também por outros caminhos -, mas obrigatoriamente - passa pelo caminho da criança, da mulher e dos pobres em comunidade.
As experiências de Jesus Cristo, e toda a primeira geração dos que viveram e conviveram com Ele sinalizam a possibilidade de outras comunidades invadidas ou batizadas pelo Espírito Santo. As comunidades de Jesus Cristo, em outras gerações, são sociedades alternativas, marcadas pela comunhão do Espírito, fraternidade da justiça, permanente prática do amor, fertilizada pela alegria, e aperfeiçoada pelos instrumentos da paz.
Um novo Reino, utopia e sonho dos novos cidadãos - os considerados não-gente na sociedade dos “de fora”. Eles desfrutam e manifestam uma experiência comunitária possível, baseada nos ensinos de Jesus Cristo. Desfrutam o Reino de Deus inaugurado pelo Jesus de Nazaré e pela sua comunidade de discípulos e discípulas. Reino que tem sido vivido e anunciado pelos seguidores de Jesus Cristo, através dos sinais de confrontação de poderes antagônicos e luta pela justiça paz.
Reino de Deus, que por vezes manifestou-se no cristianismo histórico, outras vezes fora dele, outras vezes contra ele. Nem todos que conhecem sobre o Reino de Deus desfrutam-no, como também, nem todos que desfrutam-no conseguem interpretá-lo; todavia, como neste reino o importante é a prática e obediência, quem vive e pratica o Reino de Deus é mais prudente do que quem conhece e engana a si mesmo. Entre os pobres, principalmente, o reino de Deus, quando vivenciado, é mais desfrute do que explicação racionalista.
A nova espiritualidade com os olhos no Reino de Deus e os pés fincados na terra tem o potencial de redirecionar as esperanças para uma vida digna. O cuidado com toda as dimensões da vida. A longevidade é uma dádiva de Deus. Quando a humanidade interrompe a vida das pessoas por causa do egoísmo, acumulação de bens, injustiça está afrontando o Deus da Vida. As comunidades de Jesus necessitam buscar uma espiritualidade marcada pelo resgate da dignidade humana, incluindo o direito a cidadania, receber um nome – ele será chamado Jesus, direito a uma família, direito aos espaços culturais de seu povo, direito a proteção - habitação digna, vestimentas como forma de proteção, alimentos suficientes para preservação da vida, formas de organização social justa que expressem fraternidade, oportunidade de vida digna para todos. Desfrutamos dessa realização quando somos salvos de nossa desumanidade; e isto só é possível quando resgatamos uma espiritualidade marcada pela vocação de ser gente, que descobre nos espaços coletivos a vida abundante para todos.
1. Uma boa-nova que provoca fascínio e encantamento. “Todos os que ouviram se admiraram das coisas referidas pelos pastores" (v 18). Precisamos acreditar nas coisas que provocam maravilha – “mirar-vale!”.
2. Uma boa-nova que nos tire do imobilismo e discernindo o caminho do projeto de Deus. “Vamos... e vejamos...”. Não basta ser ativista. Não precisamos simplesmente visitar uma criança envolta em panos rotos. Precisamos fazer a coisa certa. Há uma grande diferença em se fazer corretamente, e fazer corretamente a coisa correta. Não basta ir a manjedoura, precisamos discernir também o momento de nos desviarmos do caminho que leva ao fascínio pelo palácio. Há um conflito sempre estranho entre a manjedoura e o palácio. Os magos do Oriente mudaram a rota: vieram pelo palácio, conversaram com Herodes, mas mudaram a rota depois do encontro com o Menino na manjedoura. (Mateus 2. 1-12).
3. Uma boa-nova que promova a paz e glorifique a Deus (v 14 e 20). Precisamos resgatar uma espiritualidade e uma devoção capazes de motivar homens e mulheres a glorificarem a Deus pelas coisas fora dos holofotes e dos palcos. Há ainda muita ação de Deus nas galiléias dos gentios, há outras nazarés e muitas belens – todas pequenas demais para figurar entre as muitas expostas na mídia. São sinais perceptíveis pelas discretas Anas, por pobres trabalhadores noturnos. Eventualmente aparecem nas estatísticas, outras vezes em testemunhos isolados, mas são ainda sinais de esperança. É voz de uma criança – começa no ventre da mãe, depois torna-se uma voz no deserto – no deserto, mas era a voz de quem clama e anuncia o Caminho do Senhor.
FELIZ NATAL!
É NATAL!
Talvez eu devese ter pensado em outro texto para falar sobre o natal e, talvez eu devesse ter abordado o assunto de outra maneira. Porém, o nascimento de Jesus, na plenitude dos tempos, aponta para sua morte e ressureição. Não dá pra ser diferente. Por isso, vamos lá...
Pensei em JOÃO 17. 1-9 (V.6). Estamos na última semana de Jesus na terra. Jesus REVELA o amor do Pai. Jesus termina o trabalho que Deus dá (obediência).
Algumas coisas ficam claras nas palavras de Jesus: Precisamos da ajuda de Deus o tempo todo e em tudo! Porque na verdade, é tudo sobre ver o enviado de Deus:
Jesus veio fazer visível o Deus invisível;
Jesus foi amigo de pecadores;
Jesus foi enviado ao mundo;
Jesus tinha o amor do Pai;
Jesus tinha o poder do Pai;
Jesus tinha a autoridade do Pai;
E Jesus viu o povo com compaixão. Ele veio servir e não ser servido. Em todo o tempo, Jesus só fez o que fez porque estava ouvindo o Pai. A manjedoura foi só o começo! O prelúdio...
E entre muitas possibilidades, proponho aqui, três prioridades do Reino:
1. Nos mantermos em relacionamento com o Pai;
2. Nos mantermos atentos a revelação do Espírito Santo do que o Pai está fazendo;
3. Não fazermos isso sem a ajuda do céu;
A igreja é a revelação de Deus na Terra. O mundo precisa nos ver, porque se eles não nos virem, não verão a Cristo;
Devemos prover encontros divinos e sobrenaturais. Deus está enviando pessoas em nossa direção. O Pai ama o mundo e nos manda incluir o mundo.
Incluir pessoas é um dom de amor!
Tenha um feliz natal!
No amor dele;
MILTON PAULO
IGREJA: VOCÊ É? - parte 2 de 3
A igreja é o único grupo que funciona por causa dos outros e não de si mesma.
Eu gostaria de compartilhar Palavras. Não “o que acontece”, mas o que deveria acontecer.
O que a igreja deveria oferecer.
1. IDENTIDADE
Vamos dedicar nosso tempo, dinheiro, habilidade, como extensão do que somos. Servimos a partir do que somos.
Precisamos nos descobrir. Discernir nossa capacidade, nosso jeito de ser. Isso precisa ser prazeroso. Eficaz.
Igreja deve nos ajudar na identificação de nossa identidade. Auto-descoberta. O desafio de nos sentirmos a vontade sendo que somos. Aqui deve ser o lugar dessa descoberta
Acolhimento. Quem somos como estamos, sem atestados de referencia e bons antecedentes. A igreja deve abraçar todo mundo. Mudar pra ser acolhido não funciona! Devemos ser acolhidos como somos, depois a mudança vem. O contrário causa resistência. É na vida em comunidade que me vejo.
Desmascaramento. Recebo feed back... Vou me descobrindo na comunidade. As pessoas vão dizendo... “É melhor quando v prega do que quando você canta!”.
BOA PARTE DO NOSSO TRABALHO SERÁ FEITO QUANDO AS PESSOAS SE DESCOBRIREM E SABEREM QUE TEM VALOR.
2. MATURIDADE
Preciso crescer! Muita coisa que eu descuro em mim que não pode continuar como é. E muita coisa que pode ser desenvolvido. A igreja me dá verdades!
Romanos 12. 1,2; João 8.32...
“Você vai ficar sabendo que Deus te ama do jeito que c é. Você vai ser liberto do seu problema de rejeição. Vai melhorar sua auto-imagem”.
Isso significa que a vida em comunidade nem sempre vai ser boa. Porque a verdade dói!
Isso até nos relacionamentos mais afetivos.
Quando digo verdades pra Márcia dói. Nela e em mim! A verdade dói, por mais acolchoada que ela venha. A verdade dói!
Na comunidade, entro nas redes de relacionamentos e me vejo no outro!
Sou chamado a crescer. Tenho experiências! Maturidade só em relacionamentos. Só acontece comunidade. Não acontece com CD, dvd em casa...
3. VOCAÇÃO
A maneira como Deus se expressa através de você!
Qualquer que seja seu horizonte de engajamento, neste universo, você foi junto! O trabalho voluntário é expressão do seu “eu” se não, não funciona!
O que você tem de singular que expressa Deus?
O selo da vocação é a COMUNIDADE! Não é uma coisa que você quer muito. É algo que a comunidade diz que você faz bem feito. E você faz tão bem feito porque você é! Não é só na hora de voluntário.
É onde você ouve a voz do espírito. Atos 13... “Separai-me a Paulo e Barnabé...”
Processo comunitário e não algo pontual.
4. CAPACITAÇÃO
Recebo instrução, participo, me envolvo, me qualifico e me aperfeiçôo.
O cara que vier trabalhar com criança de rua, precisa saber de criança de rua! Servir não é realizar tarefas é cuidar de pessoas! (Domingo passado).
Quando tem noticia de criança no jornal eu leio. Eu assisto noticiário. Preciso entender!
É distribuir marmitex e pegar criança de rua no colo. E me sentar no chão com ela. E o nariz dela ta escorrendo e vou limpar na minha camisa.
Não posso só distribuir alimento.
5. SINERGIA
Diversidade, complementaridade (nossas diferenças deve estimular nossa proximidade), devemos trabalhar juntos, PARA O OUTRO!
Visão e experiência correta, mas não completa. Preciso somar com meu irmão para servir o outro. Vãos cooperar um com outro.
ESTAMOS AQUI CUIDANDO DE GENTE!
6. RECURSOS
Humanos, materiais e financeiros.
Próprios e viabilizados.
7. VALORES
Morais, emocionais e espirituais,
Mais que prestação de contas. É ser transparente. Isso é um compromisso moral. Credibilidade pura! Porta aberta,
Aqui deveríamos experimentar o lava pés. Fazer coisa com alguém e com alguens! Fazer coisas em “dois”. Jesus mandou os discípulos dois a dois. Na comunidade encontramos isso. Tem muita coisa que é melhor fazer a dois, mesmo não precisando.
Lava pés: pessoas que nos servem quando precisamos. Na faze boa precisamos fazer bons relacionamentos! Lava pés só acontece quando houver companheirismo.
Mentoria, cobertura, acessória, “autoridade” = disciplina bíblica. A comunidade te dá intercessores. Te dá aconselhamento. Te dá mentoria, caminhada...
Acabei!
MILTON PAULO
A verdadeira história de Rodolfo Abrantes
Video produzido pelo jornalista Peeter Lee Grando contando a verdadeira história de Rodolfo Abrantes, ex-vocalista do Raimundos.
SANTA TIETAGEM!
Artistas e gravadoras do segmento evangélico adotam novas terminologias para reforçar o caráter espiritual de seu trabalho
Artistas ou adoradores? Carreira ou ministério? Os termos se confundem quando o assunto é música gospel. Massificada a partir do fim dos anos 1980 como fenômeno cultural de massa, a música evangélica criou ídolos e estabeleceu um mercado milionário. Alguns dos mais expressivos nomes do segmento, como Cassiane, Kleber Lucas ou Ana Paula Valadão, foram alçados ao panteão das celebridades, arrastando multidões de fãs por onde passavam. Pois, agora, parece estar havendo um refluxo. Ainda não dá para saber se o movimento é espontâneo ou se trata apenas de mais uma estratégia de marketing – mas o fato é que músicos, cantores e gravadoras cristãs estão deixando de lado expressões próprias do showbiz e adotando uma nomenclatura, digamos, mais espiritual.
Assim, cantores viraram adoradores, fãs agora são chamados de intercessores e os shows viraram ministrações.
Até as sessões de fotos e autógrafos, ocasiões propícias à tietagem explícita, estão com uma nova roupagem e viraram apenas “encontros para dedicatórias”. “A gente tem tido o cuidado, nas ministrações, de passar a mensagem de que não somos artistas, e sim ministros”, explica, medindo bem as palavras, o baterista André Matos, do ministério de louvor Trazendo a Arca. Recentemente, o grupo acendeu ainda mais a polêmica, ao desligar-se do Toque no Altar, ligado ao Ministério Apascentar. O rompimento teria sido motivado por desentendimentos financeiros, fenômeno tão comum na música secular. “Embora tudo seja preparado para um show – a luz, o palco, o som –, o que fazemos são cultos”, explica o músico. Mesmo assim, ele não se furta a atender os fãs – ops! – intercessores. Na última Expocristã, mostra que reúne boa parte da indústria fonográfica evangélica nacional (ver matéria anterior), a jovem Elizabete Santos, de 19 anos, membro da Igreja Avivamento da Fé, estava toda emocionada ao conseguir sua foto ao lado de André.
“Precisamos quebrar esse espírito maligno de idolatria que está sobre o Brasil”, pontifica a cantora Nívea Soares, do ministério de louvor Diante do Trono. Acostumada a ver multidões nas apresentações do grupo – algumas delas com mais de um milhão de pessoas –, ela diz que aproveita todas as oportunidade para estar junto com as pessoas e desmitificar a própria imagem. “Precisamos sair da plataforma e mostrar o que a gente é, ou seja, pessoas dependentes do Senhor como todos.” O pastor e cantor André Valadão concorda: “Nossa presença em capas de revistas e nas imagens dos CDs e DVDs cria uma impressão que não corresponde à realidade”, explica.
Intérprete de sucessos como Milagre, André ganhou projeção devido à sua participação no Diante do Trono ao lado da irmã Ana Paula – mas agora sabe que é tido por muita gente como referencial. “É necessário que o público encontre isso em algumas pessoas. Deus tem nos dado essa graça.” Aguardando que André atendesse ECLÉSIA, Sabrina Sales Carrocci, 25 anos, da Primeira Igreja Evangélica Batista de Embú das Artes (SP), preparava-se para tirar sua foto com a filha Heloísa, de um ano, nos braços. E era só elogios: “Conheço várias pessoas que foram ganhas para Jesus pelas músicas dele”.
Identificação – Para a psicóloga clínica Rosângela Conceição Souza, essa mudança na terminologia é uma maneira de tentar resguardar os artistas cristãos do estrelismo. Entretanto, lembra que a simples utilização de expressões não é capaz de tornar alguém mais ou menos espiritual: “O que diferencia a pessoa é seu posicionamento e a mensagem que passa pela sua vida”, lembra a terapeuta, que é membro do Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos (CPPC). “Os ídolos têm um papel fundamental, sobretudo para os adolescentes e jovens, que é o de contribuir na formação de seu caráter e personalidade. Quando o fã se identifica com alguém famoso, há sempre um aspecto desta pessoa que acaba incorporado à sua personalidade.” “Temos que fazer como Jesus fazia, tratar cada um na sua individualidade e pedir sabedoria ao Senhor para lidar em todas as situações,” acredita a cantora Talita Plagliarin, da Igreja Paz e Vida.
Rodolfo Abrantes, antigo vocalista da banda Raimundos e hoje pastor da Igreja Bola de Neve, diz que entende a tietagem como demonstração de carinho. “Mas existe muita falta de entendimento também. Tratar o cantor como estrela, como ídolo, é meio mau, mas a gente não tem como saber quem é quem, então, amém, Deus sabe”, diz no seu jeito característico. Ele admite que não gosta de ficar tirando fotos com fãs, mas esforça-se para atender todos com gentileza. “Eu já fui mal-educado com muita gente, não quero mais isso”, resume.
Do lado de lá do palco (ou altar, dependendo do ponto de vista), o público crente nutre sentimentos diversos por seus artistas favoritos. E, se existe mesmo a tietagem explícita, muita gente prefere outro caminho. A relação de Edivaldo Pereira de Souza, presbítero da Assembléia de Deus Ministério Belém, com a cantora Lauriete vai muito além do deslumbramento. “Sempre oro por seu ministério, para que ela seja cada vez mais cheia do Espírito Santo, para ser abençoada e abençoar as nossas vidas”, comenta. A cantora corresponde ao carinho: “Eu louvo a Deus porque no meio de tanta gente que nos admira, há também os intercessores, que pedem ao Senhor pela nossa vida e pelo ministério”. Depois de esperar numa fila e conseguir uma foto com o cantor Chris Duran, Juliana Priscila Silva, 19 anos, da Igreja Unida do Parque Cruzeiro do Sul, em São Paulo, explicou o motivo: “O Chris não era evangélico. Gosto de ver de perto o testemunho das pessoas. Ele mostra que é realmente um cristão, que mudou, acho legal a pessoa transparecer isso publicamente”.
O veterano Adhemar de Campos, pastor e autor de centenas de canções evangélicas, não vê problemas em dar autógrafos ou atender os pedidos das pessoas: “Para mim, isso é a continuação da minha realidade de vida cristã como pastor. Como seguidores de Cristo, devemos obedecer seu mandamento de amar as pessoas”, defende. Ele acaba de lançar seu novo trabalho, Comunhão e adoração 6, e sabe que terá que assinar seu nome em muitas capas de CD. Sem problema – “Vamos andar no caminho da simplicidade, fazendo aquilo que agrada a Deus, e vai dar tudo certo”, resume.
ESTER TAMBASCO
via ECLÉSIA
CULTURA DO ESFORÇO: UM PRINCÍPIO DETURPADO
Vivemos em uma sociedade onde o esforço e o trabalho são as figuras determinantes para a obtenção de resultados esperados. Para se conquistar aquilo que se almeja é necessário batalhar por isto. Logo, se você quer passar no vestibular, você precisa estudar muito, se você quer emagrecer você precisar fazer exercícios e comer menos, se você quer ganhar mais dinheiro você precisa trabalhar muito. Acredito que toda ação leva a uma reação, e que colhemos o que plantamos. Porém, construímos uma cultura do esforço e do trabalho, esta passou a determinar nossa vida e deturpar princípios elementares da vida cristã.
Com a cultura do esforço e do trabalho passamos a nos achar capazes de tudo! Baseamo-nos em nosso próprio esforço para obter aquilo que desejamos, inclusive nossa salvação. Vivemos em dias onde a própria “igreja” promove um discurso que afirma o fato de que nós alcançamos a Salvação, nós aceitamos a Cristo, nós temos que nos santificar e nós, e nós e NÓS! Será que a Bíblia não é clara o suficiente ao mostrar que o evangelho não tem nada haver com nós, mas sim com ELE?
Somos miseráveis homens e mulheres sustentados nas mãos de um Deus irado, que estava pronto a lançar toda a sua ira sobre nós a fim de fazer justiça, pois quebramos a sua lei! Mas Deus, ao invés de lançar a sua condenação sobre os culpados, nós, os pecadores, Ele derrama toda a sua ira sobre o seu filho, que é Santo e jamais transgrediu a sua lei! (Isaías 53:10) Será que isso não deixa claro que não há nada haver com a gente ou com o nosso ridículo esforço?
Nunca, com todo o esforço que possamos ter, NUNCA agradaremos a Cristo! Por mais que realizemos boas ações ou cumpramos todos os nossos abomináveis ritos religiosos, jamais seriamos merecedores deste favor! Porém, Deus, ao olhar para nós, nos vê sob e maravilhoso sangue do seu filho Jesus, isso nos torna filhos de Deus e nos livra de sua ira. Mas ainda permanecemos querendo nos esforçar para sermos santos ou merecedores de nos achegarmos a Deus e termos sua graça e misericórdia.
Miseráveis homens que somos ao nos iludir pensando que podemos fazer algo! Ele já fez tudo. Não é necessário se esforçar para ser salvo ou para ser santo, Ele nos salva, Ele nos torna santos. Chega desse discurso legalista que diz que “somos salvos pela fé, mas a santificação é pelo esforço”, ou que precisamos fazer algo para sermos aceitos, tornando-nos “bonitinhos” de acordo com o medíocre padrão desse “evangeliquez” universal que predomina e aliena as mentes de tantos crentes.
Que o verdadeiro Evangelho seja revelado nesses dias a fim de restaurar princípios tão elementares como este, que foram deturpados por teorias humanas ao longo da história e que vem enganado tantas pessoas e levando milhares delas para o inferno.
Luzia Gavina