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IGREJA EMERGENTE


Esse artigo é sobre a mensagem que Jeff Heidkamp, pastor da Vineyard Mercy em Minneapolis (Minnesota), compartilhou na ultima conferencia de Igrejas Vineyard dos EUA, em celebração do seu 25º aniversário. Basicamente Jeff, disse o que é a igreja emergente e suas implicações para o futuro de um movimento como a Vineyard.

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Sempre me pedem para compartilhar algumas reflexões sobre a Igreja emergente
[1]. Minha definição do que é igreja emergente está baseada na nossa própria igreja, a Vineyard Mercy, situada em Minneapolis (Minnesota). Temos um pouco mais de 2 anos e congregamos com mais ou menos 165 adultos. A idade média ali é de 25 anos. Amamos nossa cidade, a cultura do século XXI e queremos ver Deus tocando nossa geração; Por isso defino igrejas emergentes como aquelas que alcançam gente jovem, estão envolvidas na cultura do século XXI e tem um glorioso futuro pela frente.
A frase "IGREJA EMERGENTE" tem certo significado que requer alguns esclarecimentos. Foi fundada há 10 anos pela Rede de Líderes Jovens (Young Leaders Nerwork), conhecida hoje como Aldeia Emergente (Emergent Village). Essa rede foi influenciada pelas obras de Brian Mclaren, Leonard Sweet, Todd Hunter[2], Doug Pagitt, e Doug Kimball. Também por pensadores como Dallas Willard e N.T. Wright. Um grupo paralelo é a corrente da Igreja Missional, que inclui a Marck Driscoll, Tim Keller e Ed Stetzer[3] e, a influencia de pensadores como Alan Roxburgh e Garrel Guder. Sua ênfase fundamental é o evangelismo, a plantação de igrejas e o impacto social.
Outro grupo paralelo a este é formado por líderes jovens de bagagem conservadora, como Mark Driscoll e o ministério Atos 29 (Hechos 29) CJ Mahaney e a Graça Soberana, Tim Keller e Prensa Redentora, John Piper e o ministério Desejando a Deus, assim como Mark Dever e o ministério das Nove Marcas. Sua influencia provém de pensadores reformados como J I Packer, Carson e Wayne Grudem.
Mas, para onde estão apontando estes grupos?
Basicamente, afirmam que existe um declínio da identidade denominacional e o surgimento de novas “escolas” de pensamento cristão que estão conectadas relacionalmente e não estruturalmente. Estes grupos me parecem bastante esclarecidos e creio que como movimento Vineyard podemos aprender um pouco com cada um deles, sem nos deixar levar por modismos e rótulos.
Um primeiro elemento que descreve a igreja emergente é que ela é ECLÉTICA. Algumas razões: a perda de força das denominações, a diversidade cultural e a “explosão informativa”. As igrejas emergentes aproveitam a grande variedade de tradições e idéias que foram acumuladas ao longo dos anos na história da igreja. Por isso podemos encontrar igrejas Vineyard com liturgia clássica, anglicanos carismáticos, batista roqueiros, ordens monásticas menonitas, mega-igrejas não denominacionais e conservadoras, pequenas denominações calvinistas da terceira idade, igrejas multi-etínicas, igrejas urbanas monoculturais, presbiterianos ecumênicos plantando igrejas pentecostais! A vantagem é que é possível tocar milhares de pessoas com uma variedade grande de formas e qualidades. A desvantagem é a perda de identidade. Apesar de tudo isso, nos EUA, a maioria das igrejas emergente é monocultural, ainda que tratando de rever esta tendência.
Um segundo aspecto que caracteriza as igrejas emergentes é que são PÓS-RELIGIÃO. Isto é algo que a Vineyard já sabia, antecipando como uma tendência. A palavra “religião” se transformou em uma péssima palavra para igrejas jovens. A maioria dos jovens se veste casualmente, saem em grupos, não têm instrumentos musicais tradicionais, mas sim bandas de músicas contemporâneas, quase nunca usam um linguajar religioso e falam geralmente em gírias e de maneira informal. Algumas igrejas emergentes ainda dão certo valor para liturgia, como maneira de terem uma experiência espiritual, porém, sem o mesmo valor dado pela tradição.
Outra coisa interessante nas igrejas emergentes é que são muito PRÁTICAS. Nesse sentido, seus pastores estão ajudando constantemente as pessoas a aplicarem o cristianismo no cotidiano. Para isso recorrem a pregação, aos grupos pequenos e grupos de estudo. A doutrina e o estudo bíblico não são tão predominantes ou considerados interessantes como nas igrejas tradicionais. Você observa isso através das publicações em que aparecem menos pensamentos teológicos e mais práticas. Isso é bom ou ruim? Creio que é justo dizer um pouco dos dois!
Por último, outra característica relevante é que as pessoas que participam nas igrejas emergentes vem na maioria das vezes, de OUTRAS EXPERIÊNCIAS CRISTÃS. Em geral, as igrejas emergentes atraem pessoas jovens que estão decepcionadas com igreja e perdendo sua fé. Há neste sentido algumas exceções extraordinárias como a Vineyard de Duluth em Minnesota e a Vineyard de Cplaraine na Irlanda do Norte, porém no geral o ministério envolve pessoas que já tiveram experiências em outras igrejas. Com estes aspectos em mente, vamos considerar algumas coisas:
Em primeiro lugar, vamos dar uma olhada nas águas culturais que a igreja emergente está nadando e em segundo lugar vamos observar as áreas mais importantes que a igreja emergente deve confrontar. Por um lado, podemos dizer que nossa cultura é relativista no que diz a respeito a religião e a ética e, culturalmente pluralista no sentido de uma crescente diversidade. A sociedade atual valoriza as diferentes etnias, nacionalidades, pessoas excepcionais, gays e lésbicas, heterossexuais, pobres e ricos, diferentes origens regionais, diferentes personalidades, características familiares, bagagem cultural e profissional, experiências de vida. Diante de tal variedade, o relativismo, pluralismo e diversidade, são a única maneira de conciliar tudo isso. Seja para o bem ou para o mal.
Em segundo lugar, é sabido da transformação tecnológica na cultura. Já se disse incontáveis vezes que a tecnologia mudou radicalmente a forma como as pessoas se relacionam, tanto positiva, quanto negativamente. Por exemplo, em nossa congregação temos mais visitantes pela web que por qualquer outro meio. Os membros da igreja enviam artigos e palestras a seus amigos não cristãos e conversam com eles. Usando os chats, e-mails, scraps, blogs, posso ter uma idéia mais acertada do que está ocorrendo no dia a dia das pessoas que congregam comigo.
Usando a lista de e-mail, eventos sociais e de evangelismo são organizados num abrir e fechar de olhos. É um espaço social completamente novo. Porém, também tem seus problemas. Em nossa igreja, entre os homens, o problema mais comum é a pornografia on-line. Da mesma forma que e-mails mal direcionados geram conflitos e mal entendidos. Através dos chats e e-mails, as fofocas e crises vem e vão mais rápido que os pedidos de oração. Tenho visto que há um acesso a jogos entre as moças que as levam a excluir-se e a não querer ter relações amorosas
Esta nova cultura é globalizada e, não estamos separados da China, Índia, Oriente Médio, Londres, Moscou, África ou América Latina. Estamos conectados tanto economicamente quanto politicamente. Isso nos abre os olhos para as injustiças globais, as crianças que são levadas ao suicídio na Índia, as clínicas de AIDS no Quênia, e as igrejas perseguidas no Paquistão. Pense nessa inversão de paradigma: da justiça para os pobres em meu bairro, a justiça para os pobres no México, América Latina e os cinturões de miséria das grandes cidades. Dali nós movemos a justiça para os pobres na Ásia e África. No antigo paradigma só nos preocupávamos com discipular pessoas que fizessem diferença em nossa cidade. No atual, pensamos que elas devem fazer diferença em qualquer lugar dos EUA aonde forem levados. E no futuro pensaremos num discipulado que os prepare para qualquer lugar no mundo.
As correntes desta cultura líquida se movem rapidamente, os costumes mudam de direção frequentemente, e às vezes querem passar por cima de nós. Como fazermos para continuar sendo relevantes?
(continua...)
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Jeff Heidkamp pastoreia junto com sua esposa Le Que, a Vineyard Mercy em Minneapolis (Minnesota). Esta igreja começou quando uma equipe de onze pessoas se mudaram da Vineyard de Champaign a Minnesota em 2004 com este propósito. Em fevereiro de 2005 oficializaram a plantação como igreja. A meta é de estabelecer uma igreja multi-ética que plante outras igrejas nas áreas metropolitanas de Minneapolis.

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Tradução: Milton Paulo da Silva. Pastor sênior da Vineyard Café. Mogi das Cruzes - SP
Revisão: Jéssica Carolina Flores Diaz. Membro da Vineyard Café. Mogi das Cruzes – SP

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[1] Este artigo é uma transcrição da mensagem que o autor pregou na Conferencia de Pastores da Associação das Igrejas Vineyard em Anaheim (Califórnia) em maio de 2007.
[2] Ele foi diretor Nacional das Igrejas Vineyard nos EUA após o falecimento de John Wimber e antes da direção de Bert Waggoner (nota do editor).
[3] Foi publicado uma entrevista com Ed Stetzer no AL FILO em 2006.

4 comentários:

G Flores disse...

:D

VAI PEIDAH NO MIOJOO!! disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Erika Frazão, disse...

Gosteiiii mesmo !

Erika Frazão, disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
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