MATEUS 5.14
Quais são os desafios que a igreja convive? Alistei pelo menos dez:
1. A tirania do mercado;
2. A ilusão do marketing;
3. A falência das instituições;
4. A matriz do neoliberalismo (individualismo);
5. As crises: ideológica, social, econômica e de fé;
6. O relativismo moral;
7. O institucionalismo religioso;
8. O desenvolvimento cientifico e tecnológico;
9. A proliferação do espiritualismo, e
10. O vazio de significado.
A relevância da igreja neste mundo implica necessariamente a construção de comunidades. Isto não é tão obvio, pois a igreja vive entre três paradigmas funcionais – e dos três, o COMUNITÁRIO é o menos favorecido e mais negligenciado!
1. PARADIGMA CARISMÁTICO
A ênfase na manipulação dos poderes espirituais visando a solução de problemas e o acesso ao conforto.
O movimento da batalha espiritual, que inclui a quebra de maldições, oração de renúncia, descarrego e outras barbaridades.
Ajuntamentos onde há fogo santo no altar e unção sobre a massa, a ênfase nos fenômenos e seus modismos cíclicos, tipo disco ao contrário, alinhamento de planetas, dente de ouro, unção d riso, unção do emagrecimento, cair no espírito, visões celestiais, correntes, vigílias, fogueira santa e os votos...
Expressões ritualistas que evidenciam que poucos estão dispostos à peregrinação do discipulado, preferindo intervenções instantâneas do mundo espiritual, resolvendo questões como num passe de mágica, numa só oração, numa noite apenas, sob a benção do guru de plantão e a ministração de um espírito qualquer, supostamente o Espírito Santo.
2. PARADIGMA COPORPORATIVO
A ênfase está na utilização de ferramentas e recursos da administração moderna. A promoção do planejamento estratégico. Publico alvo, visão, valores, estratégias.... Programas com projetos e atividades.
Lideranças cada vez menos espirituais e mais moldadas nos parâmetros empresariais.
Obs: não sou contra o uso de ferramentas, porém...
3. PARADIGMA COMUNITÁRIO
O fato é que apenas na dimensão comunitária a Igreja pode fazer frente aos desafios contemporâneos.
É na vida de comunhão e na trilha dos relacionamentos de intimidade que vencemos a tirania do mercado e construímos uma realidade transcendente a ilusão do marketing religioso. Onde o evangelho não é tratado como produto, mas como poder de Deus para abençoar pessoas.
É na vida em comunhão que superamos a falência das instituições; quer pelos vínculos afetivos que vão se formando, quer pela ação solidária que oferece ao povo uma alternativa de serviço e apoio em detrimento de um Estado falido e corrompido.
É na vida de comunhão que somos constantemente desafiados a sair de nossa zona de conforto individual e nos colocar a caminho do encontro.
E na vida em comunhão que o Reino de Deus ganha densidade, e agenda de justiça e fraternidade pode ser concretizada como profecia contra todas as propostas de saúde social.
É na vida de comunidade que se constrói a rede de serviço por meio da qual os pobres são supridos em suas faltas, e os ricos encontram caminho de doações que
Resultam em benefícios reais aos destinatários da oferta;
É na vida de comunhão que a fé é alimentada, quer pelo constante encorajamento mutuo, quer pela possibilidade de suporte ao fraco, consolo ao desanimado, respostas aos questionamentos, oportunidades aos que caíram;
É na vida de comunhão que encontramos alternativas de preservação da ética além do comportamentalismo legalista e barato;
É na vida de comunhão que desmascaramos o institucionalismo religioso; fazendo as pessoas serem valorizadas acima da agenda, dos programas e dos projetos.
É na vida em comunhão que fazemos frente ao espiritualismo esotérico e ao misticismo desencarnado, fazendo pontes entre céus e terra, uma vez que o contato com Deus há de ser antes e depois de tudo , um contato com o próximo e o irmão.
Imagino a Vineyard Café, não como uma alternativa para sociedade, mas como a sociedade alternativa.
MILTON PAULO
vineyard café
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CONSTRUIR COMUNIDADES
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